O ministro Benedito Gonçalves, corregedor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), deixou a corte nesta quinta-feira (9) e recebeu homenagens durante a sessão de julgamentos. Ele será substituído pelo ministro Raul Araújo, que tem perfil conservador e histórico de decisões favoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Benedito continuará como ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Ao fim da sessão, foi exibido um vídeo com as conquistas do ministro, que “deixou um legado de dedicação e defesa da democracia”. O presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, brincou dizendo que poderia haver uma liminar para manter o ministro na corte.
A ministra Cármen Lúcia falou em nome do tribunal. Ela citou a “leveza do ministro Benedito, a tranquilidade com que ele lida com tudo, nos momentos mais tensos do processo eleitoral”.
“Em um mundo de tantas maldades, a bondade faz uma enorme falta. Não há técnica, conhecimento que substitua a bondade humana”, disse.
O procurador-geral eleitoral, Paulo Gonet, afirmou que Benedito produziu atos, votos e iniciativas exatos, com incontáveis decisões que servirão de modelo e qualidade. “São votos que ficam e que fazem justiça”, disse.
O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, declarou que Benedito, como corregedor-geral, contribuiu decisivamente para a construção de um ambiente político saudável, solidário e livre da violência política e das corrosivas fake news.
“A busca por um sistema transparente é o caminho para efetivar a soberania popular e garantir a todos a tomada de decisão consciente, por meio do voto secreto, periódico e universal.”
Ministro deve ficar no cargo até 2025
Como foi mostrado no blog Quarta Instância, do R7, a expectativa é que Raul Araújo, que deve ficar no cargo até 2025, não ponha outras ações em julgamento. Isso porque, nas audiências que ocorreram até o momento, Araújo e Nunes Marques, que foi indicado por Bolsonaro ao STF, se manifestaram contra as condenações fixadas pela corte.
Nas eleições, foi Araújo quem proibiu manifestações políticas no festival Lollapalooza, no ano passado. Também nas eleições, foi novamente ele quem negou o pedido feito pelo PT para a retirada de outdoors em defesa do então presidente Jair Bolsonaro instalados em Mato Grosso.
*R7/FOTO: ANTONIO AUGUSTO/SECOM/TSE