80 anos do Dia D: Mesmo doente, rei Charles III discursa em cerimônia: ‘Devemos a essa grande geração’

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Em tratamento contra um câncer que o afastou de compromissos da monarquia recentemente, o rei Charles III apareceu publicamente nesta quarta-feira para prestar uma homenagem especial aos soldados aliados que combateram no Dia D — que completa 80 anos nesta quinta-feira, 6 de junho. Em uma cerimônia em Portsmouth, no sul do Reino Unido, o monarca participou de um ato comemorativo antes de embarcar para a França, onde se reunirá com líderes ocidentais para homenagens nas praias da Normandia.

Acompanhado pela rainha Camilla e pelo príncipe William, Charles ouviu depoimentos de veteranos da Segunda Guerra Mundial e discursou aos presentes reunidos na cidade portuária, de onde parte dos soldados aliados se agruparam e de onde partiram, nas primeiras horas de 6 de junho de 1944, em direção às praias francesas.

— As histórias de coragem, resiliência e solidariedade que ouvimos hoje e ao longo de nossas vidas não podem deixar de nos comover, inspirar-nos e lembrar-nos do quanto devemos a essa grande geração dos tempos de guerra — disse Charles III aos presentes.

Tanto o monarca quanto a rainha consorte se emocionaram com depoimentos dos veteranos, enquanto William leu um trecho do diário do capitão Alastair Bannerman, um soldado que fez parte do Dia D.

O Dia D é uma data considerada chave para o desfecho da Segunda Guerra Mundial na Europa. Ao todo, 156 mil soldados e 20 mil veículos desembarcaram nas praias da Normandia, no norte da França, ocupadas pelas forças nazistas, na maior operação anfíbia e aerotransportada da História. Uma série de atos rememoram a data ao redor do mundo, mas os principais eventos estão marcados para a quinta-feira em solo francês.

O próprio rei Charles III desembarcará na França, assim como o presidente americano, Joe Biden, e o chanceler alemão, Olaf Scholz, onde serão recepcionados pelo presidente francês, Emmanuel Macron. Todos devem comparecer a um evento internacional na praia de Omaha, um dos cinco pontos de desembarque dos soldados aliados. Cada um dos líderes também terá agendas próprias, com cerimônias nacionais nos cemitérios de guerra espalhados pela costa da Normandia.

Biden desembarcou na França nesta quarta para uma agenda que a Casa Branca confirmou que se dividirá entre momentos dedicados à memória e a tratativas políticas contemporâneas. Na quinta-feira, o presidente americano discursará nas cerimônias oficiais nas praias conhecidas como Utah e Omaha, onde 73 mil soldados americanos desembarcaram, mas também se reunirá com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, convidado de honra da cerimônia neste ano.

Apoio à Ucrânia

A agenda do presidente ainda inclui uma visita de Estado a Paris e um discurso em Pointe du Hoc, na sexta-feira, sobre a defesa da liberdade e da democracia.

Também na sexta-feira, Macron discursará em Bayeux, a primeira cidade francesa libertada da ocupação nazista. O presidente francês também tem uma reunião prevista com Zelensky, a quem os aliados ocidentais atualmente prestam um apoio fundamental para resistir à invasão russa no Leste Europeu. O presidente francês, para quem a ofensiva russa representa uma ameaça existencial para a Europa, espera que a comemoração do desembarque aliado também sirva para expressar o apoio das potências ocidentais à Ucrânia.

Assim como na comemoração em Portsmouth, onde Charles III discursou nesta quinta, a celebração nas praias francesas terá como convidados mais ilustres os veteranos da Segunda Guerra Mundial. De acordo com Paris, cerca de 200 ex-combatentes, com idades acima dos 90 anos (em alguns casos, acima dos 100) são esperados durante as homenagens.

A esposa do presidente francês, Brigitte Macron, deu as boas-vindas aos primeiros veteranos que chegaram à região da Normandia. Em um vídeo, ela expressou “o mais profundo respeito e o mais profundo amor” da França em um vídeo.

“Fico feliz porque vencemos a guerra”, disse um deles. “Oh, sim, venceram”, ela respondeu em inglês, apertando a mão do veterano.

O desembarque das forças aliadas, apoiado por operações aerotransportadas que lançaram tropas de paraquedas diretamente no solo ocupado, foi a maior operação naval da história em número de navios mobilizados e tropas participantes.

O “dia mais longo”, como passou a ser conhecido, marcou o início do fim da ocupação nazista da Europa — mas ainda foram necessários meses de combates intensos e violentos antes da vitória sobre o regime de Hitler, em 1945. (Com AFP)

Fonte: O Globo/Foto: Andrew Matthews/AFP

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