LINHAS TORTAS: O SILÊNCIO DOS PESCOÇOS

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Genghis Khan, conquistador mongol (c.1167 – 1227), conquistou um império que se estendia da Polônia, a oeste, à Coreia, à leste; e do Vietnã, ao sul, às praias russas do Oceano Ártico, ao norte. O terror, arma psicológica e uma característica da guerra daquele tempo, desempenhou importante papel na tática de Khan (LANNING, 1999, p. 29-32). Ele mandava que seus soldados cortassem a cabeça de todos os homens da tribo inimiga, inclusive dos adolescentes. Ele não fazia prisioneiros e massacrava civis e soldados nas cidades capturadas. Chegou um tempo em que a simples notícia da aproximação do seu exército já provocava a rendição dos seus inimigos. Genghis Khan conquistava pelo medo. Ele, também, mobilizava uma extensa rede de espiões que informava o efetivo e a localização das tropas inimigas. Era comum a “traição” de moradores que se “bandeavam” para o lado de Khan. O medo, o terrível medo de “perder a cabeça” colocava de joelhos os mais fortes guerreiros. Talvez, hoje em diversos lugares do mundo, o medo continua exercendo o seu papel a favor dos “conquistadores”. Basta que se ameace a perda de “direitos, mordomias, dinheiro, pensão, salários etc.” e, ainda, prender uns “três ou quatro” para que “uma dúzia de líderes” entregue aos “conquistadores” as suas cidades e o seu povo. A maioria do povo pacífico, que age dentro das suas leis, se obriga a “ceder” as suas “calças”, a sua Bandeira e a história dos seus heróis a uma minoria abnegada e agressiva. Por puro medo! Talvez, Genghis Kahn, sem seu exército de terror, não durasse “meia hora” de luta justa com apenas um dos milhares de exímios guerreiros inimigos que se renderam ao medo por ele. Os “sábios” das tribos daquela época tinham grande influência junto ao povo e tomaram a “decisão” de “preservar vidas ou conseguir facilidades para si” e, fatidicamente, entregaram as vidas de seus jovens às “lâminas” de Genghis Khan. Como agora pode estar acontecendo ao redor do mundo. Ainda há muitos “sábios” comandando muitas tribos por aí, pelas regiões diversas. Quem sabe os jovens guerreiros ouçam seus instintos de sobrevivência e não deixem os seus “pescoços” nas mãos dos que pensam em si, mais do que agem para todos? Será que um milhão de guerreiros pode se submeter a uma ”meia dúzia” de “anciãos traidores”? Ou milhões de um povo entregarão a sua liberdade de “bandeja” a um déspota que ameaça “cortar as suas cabeças”? O império de Genghis Khan durou mais de 150 anos após a sua morte, graças à hábil liderança dos seus “herdeiros”. NÃO DUROU SOMENTE 4 ou 5 ANOS!

*Por: Elias do Brasil / escritor e historiador, membro do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB) e articulista.

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