Linhas Tortas: GUARARAPES

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Toda essa imensidão de terras que abriga florestas, rios, montanhas, semiáridos e alagados, fauna e flora variada e um litoral quase sem fim banhado por um dos maiores oceanos do mundo; sim, essas terras são do povo brasileiro e se chama Brasil. Desde o “descobrimento”, os primeiros “donos”, os portugueses, trataram de cuidar e guardar, mesmo sem saber ao certo se valeria a pena ou não. E o que se via a “olhos vistos” se tornou maior do que pensavam os “de grande imaginação” da época. O povo brasileiro somente se tornou “um só” depois da participação em batalhas contra invasores, que se intensificaram à medida em que a ambição estrangeira crescia sobre essas terras. A miscigenação de brancos, negros e índios, fez nascer os “mestiços”, o “fruto da terra” que se uniu aos seus iguais de origem branca, negra e indígena para lutar contra invasores. No século XVII, todos lutaram contra o maior invasor da história do Brasil Colônia: o holandês Maurício de Nassau. Parte do nordeste do Brasil havia se tornado “propriedade” dos holandeses. Fizeram casas, cidades, fortalezas, portos, multiplicaram os engenhos de cana-de-açúcar e impulsionaram a economia da região. Se tornaram uma potência econômica e militar. Em reação aos invasores, se juntaram uma parte de tropas portuguesas para cá mandadas, porém o “grosso” da tropa era formada por brasileiros negros, índios, brancos e mestiços. Depois de muita luta, duas batalhas sangrentas na região de Guararapes, em Pernambuco, provocaram a expulsão definitiva dos invasores do Brasil. Milhares de vidas de soldados, oficiais, sargentos e civis foram sacrificadas nas duas Batalhas, dos dois lados, sendo a perda maior do lado holandês. Ali, na batalha de Guararapes, nasceu o Exército Brasileiro. Naquela época (1648 e 1649), a Marinha e o Exército, provavelmente, se tornaram o núcleo das Forças Armadas Brasileiras. A Aeronáutica veio muito tempo depois, já em meados do século XX. Todas as três Forças possuem seus heróis, esses brasileiros que deram a própria vida ao Brasil, lutando ou comandando soldados em batalhas como a de Tuiuti ou de Riachuelo, na Guerra contra o Paraguai (1864 a 1870). A lista de heróis é grande e virtuosa. A história das Forças Armadas se confunde com a história do Brasil. E se o Brasil é o que é hoje, na sua grandeza, é porque as Forças Armadas, no passado, foram seu sustentáculo moral e militar. Homens são indivíduos que se tornam heróis ou se acovardam numa batalha. É do ser humano, tanto a pequenez como a nobreza. Porém, instituições centenárias como as Forças Armadas, que jamais foram derrotadas em seu território e nem fora (os Pracinhas na 2ª GM) não serão jamais maculadas por uma época triste e nem por homens que não as merecem. A própria história do Exército tem as suas facetas tristes de traições, como a sofrida pelo Marechal Hermes, em 1922, e de intensa brasilidade e amor à pátria quando Caxias, já sexagenário, convocando a sua tropa depois de alguns revezes do inimigo, empunhou a espada e fez uso da “espora” para iniciar uma galopada vitoriosa em Itororó, gritando: “Sigam-me os que forem brasileiros!”. As Forças Armadas, e o Exército em particular, representadas por seus heróis e por seus soldados legítimos, SÓ “DOBRAM OS JOELHOS” DIANTE DE DEUS!

Por: Elias do Brasil / escritor e historiador, membro do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB) e articulista.

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