Seis escolas do Grupo Especial abrem os desfiles na Sapucaí neste domingo

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Seis escolas abrem neste domingo (19) as apresentações do Grupo Especial, no Sambódromo do Rio, no carnaval 2023. Cada escola terá entre 60 e 70 minutos para mostrar seu enredo na Avenida. O início dos desfiles está marcado para as 22h.

Veja a ordem, definida em sorteio:

Desfiles do Grupo Especial do Rio

HorárioDomingo, 19Segunda, 20Campeãs: sábado, 25
22hImpério SerranoParaíso do Tuiuti6º lugar
Entre 23h e 23h10Grande RioPortela5º lugar
Entre 0h e 0h20MocidadeVila Isabel4º lugar
Entre 1h e 1h30Unidos da TijucaImperatriz3º lugar
Entre 2h e 2h40SalgueiroBeija-FlorVice
Entre 3h e 3h50MangueiraViradouroCampeã
Fonte: Liesa

g1 preparou uma ficha para cada agremiação com um resumo do enredo, a letra do samba e vídeos da composição escolhida.

Império Serrano (22h)

Para homenagear o cantor, compositor e sambista Arlindo Cruz, o Império Serrano vai botar na Avenida o seu maior carnaval. Pelo menos é o que promete o carnavalesco Alex Souza, em sua estreia na Verde e Branca de Madureira. Ele quer conquistar o público pela emoção, numa homenagem de mão dupla: Arlindo cantando o Império e a escola da Serrinha aplaudindo um ilustre imperiano de fé.

O ponto de partida do enredo é o hino “Meu Lugar”, em que Arlindo desfia seu amor por Madureira. “É totalmente descritivo do que é a vida do subúrbio, do carioca”, definiu Alex.

Acadêmicos do Grande Rio (entre 23h e 23h10)

Depois do impactante desfile sobre Exu, a Acadêmicos do Grande Rio entrará na Avenida para disputar o bicampeonato apostando na emoção — e na popularidade de Zeca Pagodinho.

Os carnavalescos Gabriel Haddad Leonardo Bora pretendem contar o enredo “Ô Zeca, o pagode onde é que é? Andei descalço, carroça e trem, procurando por Xerém, pra te ver, pra te abraçar, pra beber e batucar!” com um visual mais clean e com elementos lúdicos.

O enredo, segundo Bora, é uma crônica do dia a dia da vida no subúrbio, como ele retrata em seus sucessos, que são não poucos. Lá estão os amores — conquistados e perdidos —, os amigos, a cervejinha, as brincadeiras, a religiosidade e principalmente a música. Afinal, o cantor e compositor tem registradas mais de 400 músicas, que retratam esse universo.

“Todas as alas têm fantasias inspiradas em sucessos do Zeca, que é uma figura muito urbana”, disse.

Zeca Pagodinho acena para as arquibancadas da Sapucaí no ensaio técnico da Grande Rio — Foto: Daniel Pinheiro/AgNews

Mocidade Independente de Padre Miguel (entre 0h e 0h20)

A Mocidade Independente de Padre Miguel vai entrar na Sapucaí, este ano, com um enredo bem pé no chão. Ou melhor, no barro, com a criatividade genuína do trabalho dos 400 artistas do Alto do Moura, de Caruaru, em Pernambuco, discípulos de Mestre Vitalino. A escola vai elevar as obras de barro ao brilho de sua estrela.

“Eu me encantei pelo Alto do Moura. Eu já tinha frequentado como turista, e a cada ateliê que eu passava era uma história diferente de vida”, disse o carnavalesco Marcus Ferreira.

“A Mocidade vai mostrar que o legado de Vitalino deixou grandes nomes para a nossa cultura popular”, emendou.

Admirador de temas que destacam a brasilidade mas pouco explorados no carnaval do Rio, Marcus vai fazer do desfile da Mocidade o lugar de fala dos artistas do Alto do Moura, que, com resiliência, criatividade e amor ao próprio chão, transformaram o vilarejo no maior centro de arte figurativa das Américas.

Unidos da Tijuca (entre 1h e 1h30)

A escola pretende trazer para a Avenida a cultura, alegria, história, misticismo, musicalidade e beleza da Baía de Todos os Santos, na Bahia. “Existe algo no ar, que a gente não consegue tocar, mas a gente sente quando está lá. E é essa magia que a gente vai trazer pro nosso desfile”, disse o carnavalesco Jack Vasconcelos.

Tudo isso vai ser contado de forma bem criativa: pelas águas da baía. Mas que ninguém pense na obviedade de alegorias repletas de água, que seria um recurso esperado. É a onda de criatividade que vai ditar o fluxo.

A ideia é construir uma narrativa fundeada na emoção, de forma lúdica. Por isso, lá estarão as sereias, peixes, botos, histórias de pescadores, festas, músicas, lendas, contos e encantos naturais daquela população ribeirinha.

Acadêmicos do Salgueiro (entre 2h e 2h40)

O enredo “Delírios de um paraíso vermelho” vai falar sobre a valorização da liberdade de expressão, com homenagem a Joãosinho Trinta, além de mostrar que cada um constrói o seu próprio paraíso.

O abre-alas com três chassis — sendo apenas dois carros acoplados, como limita o regulamento — tem cerca de 95 metros de extensão. O maior previsto para entrar na Avenida em 2023.

“A inspiração no trabalho do Joãosinho Trinta começa aí. Ele tinha uma produção criativa que buscava vencer os limites, combatia o pré-julgamento usando materiais nem sempre nobres, transformava o lixo em luxo. Não se trata de um enredo biográfico, mas inspirado na filosofia desse gênio, que tinha na liberdade de expressão a sua prioridade. Basta lembrar de ‘Ratos e urubus'”, explicou o carnavalesco Edson Pereira.

Estação Primeira de Mangueira (entre 3h e 3h50)

O enredo propõe levar à Sapucaí a construção das visões da África na Bahia, por meio da musicalidade e das instituições carnavalescas negras, com destaque para o protagonismo feminino e questões como o racismo.

Esse protagonismo vai ser contado cronologicamente, através dos cortejos afros baianos do século 19 até os dias de hoje. A começar pelo cucumbi, uma dança do Congo, que na Bahia ganhou uma peculiaridade: a figura central era uma mulher, uma rainha.

“A mulher negra é a protagonista do nosso enredo. A gente vai contar a história dessas mulheres, oriundas de tribos africanas, que chegaram à Bahia escravizadas, mas que não se calaram. Ao contrário, foram rainhas de blocos e afoxés baianos. A Mangueira vai reposicionar o papel de liderança dessa mulher preta que foi apagada da História”, afirmou Guilherme Estevão, carnavalesco, ao lado de Annik Salmon.

*g1

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