Linhas Tortas: A RICA ROÇA

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“Que saudade imensa do campo e do mato, do manso regato que corta as campinas (…)” (canção de “Tonico e Tinoco” e letra de “Belmonte”). Em 1862, o russo Pyotr Zaichnevsky lançou a proclamação denominada Rússia Jovem: “Em breve, chegará o dia em que desfraldaremos a grande bandeira do futuro, a bandeira vermelha, e com um forte grito de “Viva a república social e democrática da Rússia!” iremos ao Palácio de Inverno para exterminar os que aí vivem (…) gritaremos “aos machados” (…) e depois atacaremos o Partido Imperial, sem piedade, atacaremos nas praças, , atacaremos nas casas, atacaremos nos becos estreitos das cidades, nas ruas largas das capitais, atacaremos nas vilas e aldeias! (…) e os inimigos devem ser exterminados por todos os meios”. Em novembro de 1917 iniciou-se a “Revolução de Outubro”, financiada pelo governo alemão, quando Lenin conseguiu 40 milhões de “goldmarks” emprestados. Na madrugada do dia 25 de outubro, os bolcheviques, liderados por Lênin, Zinoviev e Radek, com a ajuda de elementos anarquistas e Socialistas Revolucionários, cercaram a capital, onde estavam sediados o Governo Provisório e o Soviete de Petrogrado. A partir daí, os Bolcheviques assumiram o domínio da Rússia. Naquela época, início do século XX, a maioria da população russa, cerca de 80%, morava no campo. No mundo atual, em geral, a maioria da população mora em centros urbanos e somente uma minoria mora no campo. Da mesma forma que Lenin precisou de dinheiro para fazer a “sua” revolução, atualmente o dinheiro continua o grande “patrocinador” de guerras e revoluções. Portanto, aquele segmento da sociedade que tiver “muito dinheiro” ou capacidade de conseguir, no estrangeiro, financiamentos milionários, esse setor da sociedade tem “poder revolucionário” e é temido por isso. Os camponeses e o operariado de Lênin lutaram para mudar a vida sofrida de fome e doença que o “Czar” impunha ao povo. Assim, não foi difícil para Lenin arrebatar “soldados” e formar o seu “exército”. Bastava “prometer” algo diferente da vida que eles viviam. Cumprir tais promessas já era outra coisa. Pode ser, que, ao contrário, sob o domínio do medo e com a visão de um futuro aterrorizante, um povo que era feliz e ordeiro seja levado à “revolução” para se libertar. São as contradições históricas: um se revolta para se libertar da fome e da miséria, o outro se revolta para não cair no “buraco” da fome e da miséria. O motivo social de qualquer guerra ou revolta sempre será o “bem-estar” do ser humano, por mais trágico e sangrento que seja. SERÁ QUE A “RICA ROÇA” FARÁ A HORA?

Por: Elias do Brasil / escritor e historiador, membro do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB) e articulista.

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