As brasileiras que estavam presas injustamente na Alemanha, suspeitas de tráfico de drogas, deixaram a cadeia. As duas foram vítimas de golpistas que trocaram as malas delas no aeroporto por bagagem com cocaína.
Depois de 38 dias na prisão, a personal Katyna Baía e a veterinária Jeanne Paollini finalmente puderam ver e abraçar a família. O encontro foi no consulado brasileiro em Frankfurt, na Alemanha. Mais tarde, elas foram comemorar em um restaurante.
A irmã de Kátyna e a mãe de Jeanne, junto com a advogada, receberam a notícia da libertação ainda no avião, a caminho de Frankfurt.
“Notícia maravilhosa. As meninas estão soltas em Frankfurt. Vamos chegar com elas soltas. A gente vai estar aqui na Alemanha para acolhê-las , para recebê-las para dar aquele abraço de família que elas tanto estão precisando”, comemorou Lorena Baía, irmã de Kátyna.
“Esse pesadelo finalmente acabou e a gente vai poder abraçá-las muito, muito”, disse Valéria Paollini, mãe de Jeanne.
As goianas foram soltas nesta terça (11), depois que a polícia alemã analisou a investigação feita pela Polícia Federal do Brasil, e também as imagens de câmeras de segurança que mostram a ação da quadrilha de tráfico de drogas no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
A documentação foi encaminhada semana passada pelo Ministério da Justiça do Brasil. Com base nela, a polícia alemã elaborou um relatório e enviou para o Ministério Público do país, que, nesta terça-feira (11), arquivou o caso e decidiu pela liberdade das brasileiras.
“Elas foram completamente inocentadas, o que significa dizer que elas podem voltar para o Brasil quando bem entenderem, na medida também que podem voltar para Alemanha quando bem entenderem. Não há nenhum registro criminal nos nomes delas”, explica a advogada Chayanne Kuss de Souza.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil afirmou que recebeu com satisfação a informação de que as cidadãs brasileiras foram liberadas nesta terça (11) e que, ao longo do processo, manteve coordenação estreita com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que conduziu o envio dos elementos de prova solicitados pela Justiça alemã por meio dos instrumentos de cooperação jurídica internacional.
O casal iria ficar 20 dias na Europa e foi preso no dia 5 de março em Frankfurt, última conexão a caminho de Berlim. Policiais alemães encontraram no bagageiro do avião duas malas com 20 kg de cocaína cada com os nomes delas.
A Polícia Federal no Brasil descobriu que as etiquetas das bagagens foram trocadas por uma quadrilha internacional de traficantes. Na semana passada sete pessoas foram presas dentro do aeroporto em Guarulhos.
“A investigação segue em curso. Para identificar eventuais envolvidos tanto de Goiânia, São Paulo e até mesmo de outros locais”, diz a superintendente da Polícia Federal de Goiânia, Marcela Rodrigues .
Para evitar situações como as das duas brasileiras, especialistas e autoridades federais fazem recomendações para aumentar a segurança das bagagens.
“Diante das vulnerabilidades encontradas, o que se mostra possível no momento seria o registro fotográfico da mala e da balança com a tarja do peso e, no caso, enviar para um familiar. Para possibilidade, geralmente, são voos para o exterior. Então, a pessoa pode ficar sem internet. Para na eventualidade de isso vir acontecer, ter mais um elemento probatório de que essa mala não é minha, o peso, está diferenciado”, reforça a superintendente.
Os parentes que ficaram no Brasil contam as horas para o reencontro, que deve ocorrer no fim de semana.
“As pessoas que realmente cometeram esse crime vão ser presas. Essa é a certeza que a gente tem. Que a gente está esperando elas aqui. Todo mundo ansioso para dar um abraço nas meninas”, diz a irmã da Jeanne, Thaine Paollini.
*g1




