Aos 18 anos, Davi Jardim Guidelli, nascido em Umuarama, no Paraná, foi aprovado em dez universidades dos Estados Unidos.
O jovem vai se mudar para o país em agosto, quando começam as aulas da graduação de engenharia mecânica, curso que ele escolheu seguir na Universidade de Notre Dame, no estado de Indiana.
Guidelli conta que tomou a decisão de tentar uma vaga em 19 instituições americanas após um período de introspecção durante a pandemia da Covid-19, em 2020: “Decidi que estudaria fora do país porque as oportunidades acadêmicas que eu teria na área de tecnologia são mais amplas que no Brasil”.
Para se preparar, em 2022, ele deixou sua cidade natal e seguiu para Londrina, onde se matriculou na escola bilíngue St. James’ International School.
Guidelli possui medalhas de ouro conquistadas na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, além de certificados, honrarias e cartas de recomendação.
Tudo foi enviado às universidades, junto com o histórico escolar do jovem. “Nos Estados Unidos, essa é uma etapa em que se manda tudo o que foi feito durante os anos do ensino médio”, explica ele.
Guidelli ainda realizou o Toefl, tradicional exame de proficiência em inglês, e o SAT, exame educacional padronizado nos Estados Unidos que avalia os conhecimentos de matemática e inglês dos estudantes. “É um processo muito subjetivo, não tem como garantir qual foi o meu diferencial”, conta.
Universidade dos sonhos
Entre as dez aprovações, o estudante escolheu a Universidade de Notre Dame por possuir o quarto melhor programa de engenharia mecânica dos Estados Unidos, além de ser bastante tradicional e reconhecida internacionalmente.
Ele revela que ficou na dúvida sobre a possibilidade de ir para a Universidade de Duke, outra de excelência para a qual foi aprovado. “Foi uma decisão bem difícil. Fiquei entre ir pelos rankings mundiais ou escolher um dos melhores programas de engenharia mecânica.”
Guidelli diz que a bolsa de 60% de ajuda financeira que recebeu da Universidade de Notre Dame foi um dos fatores que influenciaram a sua escolha.
Os passos do sucesso
“Hoje só se fala disso na minha família”, diz ele. A conquista contou com apoio dos pais, dos amigos, da namorada e o do orientador, que o ajudou no processo de aplicação.
“Isso depende dos quatro anos do ensino médio americano [no Brasil, do nono ano do ensino fundamental ao terceiro do ensino médio]. Se você possui um histórico forte e atividades extracurriculares competitivas, é um passo para realizar esse sonho.”
O estudante conta que se dedicou muito ao aprendizado da língua inglesa, já que tinha facilidade em matemática.
“Os estudos variam de acordo com cada estudante, então não acho que as pessoas devem seguir o que eu fiz. Aquilo que funciona para mim pode não funcionar para os outros.”
O jovem diz que teve acesso a uma educação de qualidade desde a infância, mas incentiva aqueles com menos recursos a tentar o mesmo caminho.
“Existem vários programas gratuitos, no Brasil e de fora, que ajudam pessoas de baixa renda a conquistar esse sonho. Acho que é possível se você estiver sendo mentorado pela pessoa certa.”
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*Foto: REPRODUÇÃO/INSTAGRAM/@DAVIGUIDELLI