Delegado da PF que agrediu professor no Paraná é investigado por abuso de poder pelo MPF

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blog apurou que o delegado da Polícia Federal Mário César Leal Júnior, que invadiu a escola do filho e agrediu um professor, está sendo investigado pelo Ministério Público Federal (MPF) por abuso de poder.

O caso ocorreu em Guaíra, no noroeste do Paraná, na última sexta-feira (30).O blog teve acesso ao boletim de ocorrência que o delegado registrou por injúria na Polícia Civil. No documento, seu filho conta que o professor teria dito que “soltaria fogos de artifício” com a sua saída da escola. Na sequência, o docente ainda teria chamado o aluno de “nazista, racista, xenofóbico e gordofóbico”.

Após a discussão, o aluno chamou o pai que foi a escola armado, agrediu, ameaçou e deu voz de prisão ao professor Gabriel Rossi.

A história foi revelada pelo blog nesta terça-feira. Após a repercussão, o MPF acionou o professor, que prestou depoimento, em uma investigação por abuso de poder. Ainda na terça, o Ministro da Justiça, Flávio Dino, havia publicado em suas redes que haveria investigação sobre o caso.

Além do MPF, o caso chegou à PF de Brasília. Ao blog, a instituição disse que havia aberto procedimento administrativo para apuração do caso.

blog conversou com exclusividade com o professor que admitiu que falou que comemoraria a saída do aluno, mas disse que o adolescente retrucou com uma piada com o fato de o professor ser calvo. Rossi, então, diz que chamou o aluno para uma conversa em particular. Ele nega que tenha ocorrido uma discussão e que tenha chamado o aluno de nazista.

“Eu já tinha visto ele fazer comentários de cunho preconceituoso, machista, homofóbico, gordofóbico com os professores e que todas essas coisas somavam à visão que eu tinha de comentários detestáveis que ele fazia, inclusive eu disse para ele que em alguns momentos o vi fazer brincadeiras de cunho nazista. Mas eu sei que o menino não é nazista”, disse Gabriel ao blog.

blog entrou em contato com o delegado pai do adolescente. Ele disse que aguardaria a conclusão da investigação para se manifestar.

Registro na Polícia Civil

Até a manhã de terça-feira (4) a agressão e ameaça do delegado contra Gabriel ainda não tinha sido registrada na Polícia Civil. Isso porque, segundo o professor, na 13ª delegacia de Guaíra tinham se recusado a fazer o boletim de ocorrência no dia do fato, sexta-feira (30), alegando greve.

Apesar disso, o boletim de injúria do delegado foi registrado no mesmo dia, pouco depois de Gabriel deixar a delegacia.

Após o blog revelar o caso, o professor foi chamado para registrar a ocorrência. Foi feito um boletim por ameaça, injúria e lesão corporal.

blog acionou a Polícia Civil do Paraná questionando o motivo da recusa ao registro e a demora no caso. Em nota, a polícia apenas informou que o caso já havia sido registrado.

O que diz a escola

O Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo, em Guaíra, publicou uma nota dizendo que “lamenta profundamente o episódio violento ocorrido nesta sexta-feira (30/06), contra um de nossos professores, em frente ao Colégio. Tal agressão é inadmissível. Reiteramos nosso apoio ao professor agredido e vale ressaltar que nada justifica uma agressão, seja física, moral ou verbal, e será sempre um ato repudiável, independentemente das razões que possam levar alguém a cometer tal atitude.”

O professor está afastado das aulas, mas não por decisão da escola, por recomendação médica.

*g1 / Foto: Arquivo Pessoal

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