ENQUANTO VIVO ESTIVER

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“Ao todo, Jair Bolsonaro é acusado de nove crimes: epidemia, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documentos, uso irregular de verbas públicas, prevaricação (quando um servidor público deixa de agir diante de uma irregularidade), crimes contra a humanidade, violação de direito social e crime de responsabilidade” (BBC.com). “Em 30/06/2023, o Tribunal Superior Eleitoral condenou Bolsonaro, por 5 votos a 2, contra o abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação, tornando-o inelegível por 8 anos” (BBC News/Brasil). “Na última sexta-feira (25/08/2023), em Barretos, S/P, uma arena inteira ovacionou Bolsonaro e comprovou o que todos já sabiam, a sua reputação está intacta e inabalável” (Jornal da Cidade – On Line). No dia 8 de janeiro de 2023, mais de 1400 presos foram para os presídios de Brasília, após a invasão das instalações do Congresso e depredações na Praça dos Três Poderes (Gazeta do Povo). O “genocídio de Ruanda”, em 1994, provocou a morte de 800 mil pessoas em cem dias por extremistas da etnia Hutu, que formaram uma milícia popular apoiada pelo governo. Os mortos pertenciam à etnia Tutsis, que era minoria na população, mas dominou por um tempo o poder político. A morte do presidente de Ruanda Juvenal Habyarimana, de origem Hutu, em 6 de abril de 1994, em acidente aéreo, iniciou o movimento. Com uma organização meticulosa, a lista de opositores do governo Hutu foi entregue às milícias, juntamente com os nomes de todos os seus familiares. Em cem dias ocorreu a carnificina, com a morte de homens, mulheres e crianças. ONU e Bélgica tinham forças de segurança em Ruanda, mas não foi dado à missão da ONU um mandado para parar a matança (Fonte: BBC News, 07/04/2014). No momento atual, o Brasil passa por situações complexas, tanto no campo Político como no judicial, facilmente verificadas nas leituras dos principais meios de comunicação do país, desde o início do presente ano e, também, no final do ano passado, principalmente. A violência coletiva extrema dificilmente é espontânea. Ela precede de atos também violentos, não necessariamente físicos, mas principalmente morais, religiosos e éticos, com vistas a enfraquecer moralmente o maior adversário e seus correlegionários. Esses atos de violência pessoal ou contra uma parcela do povo, historicamente, perigosamente se acumulam até ocorrer um evento trágico ou gravíssimo. No caso de Ruanda foi a morte trágica do líder dos Hutus que desencadeou a violência extrema. Em 2018, Bolsonaro ganhou as eleições depois de ser vítima de um ato muito violento; uma perigosíssima facada na barriga. Ele teve que abandonar a campanha e permanecer, entre a vida e a morte, no leito de um hospital. Mas, venceu as eleições em que já era o favorito. A facada não era para ajudar na campanha de Bolsonaro, certamente. A facada foi o evento mais grave dessa violência. A mesma violência que continuou no seu governo e, agora, continua mais acentuada que nunca, a cada dia que passa. Durante uma entrevista, há poucos dias, o ex-presidente disse: “Enquanto vivo estiver, estarei ao lado do povo!”. E O POVO, DE QUE LADO ESTARÁ, SEM ELE?

Por: Elias do Brasil / escritor e historiador, membro do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB) e articulista.

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