OPINIÃO

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ÁGUAS DO SUL

“Não chora, vai alagar ainda mais …” (Jean Galvão/Folha de São Paulo). As chuvas no Sul do Brasil, particularmente no Estado do Rio Grande do Sul, nesses últimos dias, provocaram um caos total na população, nos animais, em toda a natureza. Não há uma só parte no torrão gaúcho que não se umedeceu ou de água da chuva ou de lágrimas dos que sofrem. É um aviso divino acompanhado de desastres, mortes e dores? Por que Deus, o bondoso e justo, provocaria tamanha desgraça ao povo do Sul? Seria uma forma de restabelecer o equilíbrio e a harmonia das forças físicas da natureza, dentre elas os seres humanos adultos e crianças, e matando mais de uma centena de pessoas, desabrigando outras 46 mil pessoas, atingindo mais de 345 municípios, bloqueando ou estragando 68 rodovias e mais de 248 trechos rodoviários secundários e, tão triste quanto, espalhando o sofrimento desde as crianças até os mais velhos? Cada uma das personalidades poderosas, seja do governo em todas as esferas e da sociedade civil, agiu mal ou deixou de agir na área de suas obrigações. Será que o povo gaúcho foi escolhido para carregar o “fardo pesado” em função da sua história de luta e resistência a tudo e a todos que tentaram destruir a sua fé, a sua família, a sua propriedade e o seu amor ao Brasil? As mães gaúchas ficaram experientes na dor depois de perder os seus filhos na guerra dos Farrapos ou na revolução Federalista, ou ainda, ceder o seu solo e seus filhos e maridos para a Guerra da Tríplice Aliança? É possível adquirir experiência na dor? Por toda parte, de Norte ao Sul e de Leste ao Oeste do Brasil, caravanas de voluntários, instituições, grupos de pessoas, autoridades, os jovens e os velhos, todos se uniram para ajudar o povo gaúcho. União. Será esse o ensinamento que Deus deseja propagar ao povo brasileiro? União na dor. Os povos, hoje, em geral, vivem no mundo da Internet, dos “milhões de seguidores”, da futilidade da maioria dos conteúdos dos celulares, enfim, uma boa parte, principalmente entre os mais jovens, não se preocupa com o outro, com a vida em sociedade, com o futuro seu e do seu país, quiçá do mundo. O egoísmo nunca foi tão exercitado numa sociedade como agora. São nos momentos de dor que as mãos justas se tocam em harmonia e fé. E são, possivelmente, nesses momentos de dor profunda que os maus e traidores são iluminados pela luz ofuscante da verdade e da justiça. A sociedade os observa. Pobres e ignorantes, mesmo os ricos e letrados, estão lá no Sul, no meio da lama, talvez, em cima de um telhado, sem poder chorar, rodeado por um mar de águas barrentas. Quem sabe, o gaudério, comovido com o choro de pais e mães que perderam os seus filhos, agora dá o seu grito de liberdade? Vamos ajudar, vamos rezar pelo povo gaúcho – o escolhido por Deus. QUANTAS TORMENTAS MAIS, Ó PAI, PARA UNIR UM POVO?
Elias Do Brasil

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