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Falta de árvores gera ilha de calor com temperatura de até 42ºC em Manaus

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A pouca arborização em Manaus cria ilhas de calor com até quatro temperaturas diferentes em um espaço de 500 metros. A diferença de temperatura pode chegar aos sete graus centígrados em uma mesma área, diz Marcos Castro, doutor em Geografia Humana. Ele faz medições periódicas de temperaturas na cidade.

Na sexta-feira (30), a área selecionada foi a zona leste e o ponto exato foi o Parque Gigantes da Floresta, onde, com a ajuda de um termo-higrômetro (dispositivo de medição de temperatura e umidade), a temperatura variou pelo menos quatro vezes – de 35ºC na sombra a 42ºC no sol. Na sombra do poste e da única árvore no local oscilou entre 35ºC e 37ºC. A diferença variou entre 2ºC e 7ºC, na sombra e sol, respectivamente. O registro ocorreu no máximo a dez metros de distância entre as medições.

“Faço esse trabalho em função do bem-estar das pessoas, das condições sociais e ambientais da cidade. O trabalho valoriza a importância da arborização. As árvores contribuem para o conforto dos moradores de uma cidade”, diz Castro.

Segundo o geógrafo, Manaus precisa de árvores e não há uma política pública “estável e adequada” que incentive a arborização. “Manaus é precariamente arborizada. Nós temos apenas 22% de arborização na cidade. Somos rodeados pela maior floresta tropical do mundo, mas negamos o verde, somos uma cidade cinza, com poucas árvores”, diz Castro.

No parque Gigantes da Floresta, espaço de lazer para crianças e de atividade física para adultos, uma única árvore serve de abrigo aos pedestres que buscam uma sombra. Às margens do igarapé do corredor do Mindu, o parque é uma ilha de calor, literalmente.

Como se formam as ilhas de calor

A ilhas de calor são formadas por um conjunto de fatores e o sol não é a única causa, diz o professor da Ufam (Universidade Federal do Amazonas).

“Não é somente pelo sol. Se você tem muito asfalto, muito concreto, e pouco verde, esses elementos são retentores de calor e tornam o ambiente quente. Pode haver diferença de seis a oito graus de uma área arborizada para uma área que predomina o asfalto e o concreto, sem falar dos gases poluentes. Tudo isso contribui para diminuir a circulação dos ventos e o aumento do calor”, diz Marcos Castro.

Como exemplo de áreas arborizadas na cidade, o especialista cita o campus da Ufam e o Cigs (Centro de Instrução de Guerra na Selva), que estão instalados em grande área de mata nativa na região urbana. Castro reconhece que as grandes obras atuais, como a Avenida das Torres e o Parque dos Gigantes da Floresta, são “por si mesmas” ilhas de calor.

“Manaus deveria ter parques, avenidas arborizadas, os igarapés com vegetação à margem (mata ciliar). Isso amenizaria o calor, as sombras amenizam o calor. Não se trata dizer que uma área é mais ou menos quente porque depende do dia e da temperatura local, mas podemos apontar tendências de áreas mais quentes, como a Avenida Eduardo Ribeiro, no Centro, que é um local pouco arborizado, de grande movimento, com fluxos de veículos, e trechos da Avenida das Torres onde o trânsito é intenso”, diz.

Alta temperatura à noite

Marcos Castro afirma que as ilhas de calor podem permanecer durante um período da noite, pois  um fenômeno que ocorre principalmente em áreas urbanizadas, caracterizado pelo aumento da temperatura do ar.

“A construção de parques é sempre algo positivo, mas a forma como se constrói também é importante. Construir algo onde predomina estruturas de ferro e o concreto em áreas quentes, em si a obra já pode ser uma ilha de calor, porque as estruturas (ferros, concretos, recobrimentos do solo, alterações na paisagem) vão emitir calor nas horas próximas e seguintes ao pôr do sol. Então, tem de haver arborização”, diz.

Marcos Castro faz o trabalho de medição desde 2015 em Manaus e a finalidade, segundo ele, é comparar o índice de arborização na cidade. “Manaus é precariamente arborizada e isso contribui para o desconforto térmico em uma cidade equatorial que já é quente por localização. Ao fazer a projeção de obras urbanas ou a reestruturação, deveríamos considerar o plantio de árvores, sempre”, defende.

Em um espaço de 500 metros, quatro diferentes graus de temperatura (Foto: Milton Almeida/AM ATUAL)
Em um espaço de 500 metros, quatro diferentes graus de temperatura (Foto: Milton Almeida/AM ATUAL)
Sombrinha para se proteger do sol na calçada próximo ao Parque Gigantes da Floresta; área sem arborização (Foto: Valter Calheiros/AM ATUAL)
ombrinha para se proteger do sol na calçada próximo ao Parque Gigantes da Floresta; área sem arborização (Foto: Valter Calheiros/AM ATUAL)

Foto: Valter Calheiros/AM ATUAL

 

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