Em meio à disparada do dólar e pressão por novos cortes de gastos, Lula cancela férias de Haddad

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou despacho nesta segunda-feira (6) no Diário Oficial da União (DOU) cancelando as férias do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.

Inicialmente, Haddad tiraria férias no começo deste ano, até 21 de janeiro. No fim do ano passado, esse período já havia sido interrompido – mas a previsão era de que o ministro retornasse a Brasília apenas por uma semana e voltasse a descansar a partir da próxima sexta (10).

Com a decisão publicada hoje, porém, as férias foram canceladas em definitivo e devem ser remarcadas.

Segundo a Fazenda, o cancelamento das férias de Haddad, formalizado por Lula, aconteceu após o “pronto restabelecimento” de um familiar. A esposa do ministro, Ana Estela Haddad, passou por cirurgia no fim de 2024.

“A decisão de cancelar o período de descanso foi tomada após o pronto restabelecimento de seu familiar que passou por um procedimento cirúrgico no final do ano, motivo da marcação de férias neste período”, informou o Ministério da Fazenda, por meio de nota.

Haddad tem agenda pública nesta segunda-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto. Será um encontro reservado.

O cancelamento das férias do ministro Haddad também acontece em meio à disparada do dólar e à pressão do mercado financeiro por novas medidas de controle de gastos públicos.

A pressão sobre o dólar resultou na intervenção do Banco Central, por meio de leilões de venda de divisas, no fim do ano passado — algo que derrubou as reservas internacionais em 7%, para R$ 329,7 bilhões.

Pacote de cortes de gastos

O governo já propôs um pacote, aprovado no fim de 2024, com alterações no ritmo de crescimento do salário mínimo, que será menor, nos gastos com educação, do abono salarial, e de benefícios sociais, entre outros.

De acordo com números do Ministério da Fazenda, o pacote de cortes de gastos deve gerar uma economia de R$ 69,8 bilhões em 2025 e 2026, após as mudanças implementadas pelo Congresso Nacional. Para o mercado financeiro, entretanto, o impacto do pacote será bem menor.

Analistas do mercado, no entanto, avaliam que seria importante a equipe econômica indicar novas medidas de controle de gastos públicos, para evitar o chamado “ciclo vicioso” na economia, no qual notícias, indicadores e eventuais declarações de autoridades retroalimentam a percepção dos investidores sobre um cenário negativo.

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