Sem licenciamento, governo perde mais um ano para reasfaltar BR-319

Publicado em

Um mês e meio, a partir desta quarta-feira (21), é o curto prazo que o governo federal dispõe para liberar a licença ambiental que permite o asfaltamento dos 400 quilômetros da BR-319, Manaus-Porto Velho/RO. Caso o licenciamento não ocorra até junho, mais um ano será perdido com o impasse sobre o reasfaltamento do trecho do meio da rodovia.

O alerta foi do senador Eduardo Braga (MDB-AM) ao ministro Renan Filho, dos Transportes, em audiência pública na Comissão de Infraestrutura do Senado nesta quarta-feira (21).

“Se nós não tivermos o licenciamento da BR-319 até junho deste ano, nós perdemos mais um ano. Eu fiz uma carta ao presidente Lula e disse: ‘presidente, não é possível que o Estado que tenha 97% da sua mata primária preservada seja punido, porque é um Estado preservado’. Não há mais o que dizer para 4 milhões e meio de brasileiros que vivem no Amazonas com o risco de ficarem isolados. São 400 quilômetros dela (rodovia) que não tem pavimentação. O Ministério do Meio Ambiente não permite, pela sua visão retrógada, ultrapassada e ideológica, que a Amazônia se desenvolva”, disse o senador.

Eduardo Braga citou estudos de viabilidade do reasfaltamento de parte da a rodovia e lembrou dos impactos que a falta de pavimentação da BR-319 causou no período de seca dos rios e durante a crise de oxigênio na pandemia da Covid-19 no Amazonas em janeiro de 2020.

“O que acontece quando uma cidade de dois milhões e meio de habitantes fica isolada de um modal que possa segurar o abastecimento quando há uma crise hidrológica ou quando há uma pandemia? É o que aconteceu em 2020 no meu estado: 14 mil pessoas morreram afogadas a seco porque as carretas com oxigênio estavam atoladas na BR-319”, disse.

“Todos os estudos já foram feitos. Não há mais estudos que possam fazer do ponto de vista da viabilidade econômica e a viabilidade ambiental, porque até um novo grupo de trabalho no atual governo já foi realizado e já teve o seu resultado publicado”, acrescentou o senador.

Braga citou a reconstrução de ponte que desabou no Rio Curaçá. Ele visitou a obra no domingo e verificou que o serviço está adiantado. A conclusão é para setembro. A ponte desabou em 2022.

“A ponte que desabou no governo passado e será inaugurada em setembro. A segunda delas, que é a do Rio Autaz Mirim, será inaugurada em novembro. A ponte do Igapó-Açu começa a questão do projeto e da licitação da obra, se Deus assim permitir e se a vontade política permanecer como tal, a licitação acontecerá em dezembro para que a gente possa iniciar as obras ainda no começo do ano que vem”, disse Eduardo Braga.

O senador também pediu ao ministro a instalação de uma terceira faixa em “pontos críticos” da BR-174 (Manaus-Boa Vista/RR) e a pavimentação de trecho no município de Presidente Figueiredo.

Também citou a logística de transporte entre Humaitá e Apuí. Com trecho da BR-230, a Transamazônica, interditado devido à cheia do rio, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte) utiliza balsas para levar carretas com alimentos e combustíveis até Apuí.

Fonte: Amazonas Atual/Foto: Michael Dantas/WCS Brasil/Observatório BR-319

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Compartilhe

Assine Grátis!

Popular

Relacionandos
Artigos

Neto confessa em vídeo que matou avô levado morto em cadeira de rodas no Centro de Manaus

Câmeras de segurança registraram Rômulo Alves da Costa, de 42...

Amazonas não atualiza dados de acidentes de trânsito, diz ministério

Há seis meses o Governo do Amazonas não atualiza...

Sóstenes reage a disputa por cargo na CPMI do INSS: “Não abrimos mão”

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante...