Antiga cidade do Império Romano é descoberta nas profundezas do Mediterrâneo após séculos desaparecida

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O grande Império Romano estendeu-se por quase toda a Europa, norte da África e Oriente Médio. Por onde passou, deixou sua marca. Seus limites eram amplos, mas hoje restam apenas alguns vestígios de sua passagem, quer pela deterioração, quer pelo avanço de outras civilizações. Porém, num estudo recente, um grupo de arqueólogos descobriu que ao largo da costa de Campo di Mare, a algumas dezenas de quilômetros de Roma, existe uma pequena cidade que afundou há séculos.

A Itália foi o epicentro do império, daí as maiores estruturas de construção, muitas das quais são visíveis a olho nu. Outras, porém, ainda não foram descobertas, como aconteceu com a estrutura circular à beira da praia da pequena cidade costeira da região do Lácio.

Em 2021, a área tornou-se um ponto de interesse para os arqueólogos devido ao aparecimento de uma coluna de mármore cipolino com seu capitel jônico afundado, que as areias do Mar Tirreno cobriram parcialmente. Como resultado de uma expedição, notaram que fazia parte de uma construção cônica muito maior, com 50 metros de diâmetro e localizada a metros da praia.

Para os especialistas da Superintendência de Arqueologia, Belas Artes, Paisagem da Etrúria do Sul, esses vestígios pertenciam a um pavilhão portuário construído pelos romanos. Diante disso, iniciaram uma série de escavações para entender a origem e como foi parar debaixo d’água.

Essa construção tem uma cinta dupla de paredes separadas de tijolos com três metros de largura e assentes sobre uma base de barro. Isso favoreceu a conservação das cofragens e postes de madeira utilizados em sua fundação.

Apesar das ondas constantes, a equipe de especialistas conseguiu mergulhar nas águas rasas e deu lugar ao programa de restauração subaquática que deve vigorar por três anos.

Conforme detalhado no relatório oficial, “a imponente estrutura circular está coberta de cocciopesto [material de construção da época romana] em alguns locais, noutras partes do piso da chamada obra cravada ainda se conserva, e apenas no centro existem poucos fragmentos de alvenaria que infelizmente não se manteve em sua totalidade” .

Essa alegada vila romana, na qual ainda há muito para descobrir e analisar — entre os quais, o ano em que foi construída —, poderá ter sido a casa de um aristocrata romano que ali viveu durante muito tempo. Isso deixou clara a sofisticação e os detalhes que o esqueleto do edifício possui. No projeto de restauração, as paredes e o piso foram limpos e a madeira, retirada com cuidado.

Nessa altura, as autoridades proibiram a navegação por esse local, a fim de proporcionar proteção, uma vez que representa um dos vestígios mais surpreendentes no fundo do mar e que pode ser avistado do ar.

Fonte: O Globo/Foto: Soprintendenza Archaeologia Belle Arti Paesaggio Etruria Meridionale

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