O dólar fechou em alta nesta quinta-feira (21), com as primeiras reações de investidores à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de cortar 0,50 ponto percentual da taxa básica de juros do Brasil na noite de ontem. A Selic passou de 13,25% para 12,75% ao ano.
Ao longo do dia, analistas também avaliaram a decisão de política monetária nos Estados Unidos . No exterior, o Fed (Banco Central dos EUA) optou por manter suas taxas de juros inalteradas entre 5,25% e 5,50% ao ano – mas indicou a possibilidade de novas altas nas próximas reuniões.
E na contramão do câmbio, o Ibovespa, principal índice de ações da bolsa de valores de São Paulo, a B3, encerrou o dia no vermelho. Veja abaixo.
Dólar
A moeda norte-americana terminou o dia em alta de 1,10%, cotada a R$ 4,9336. Na máxima do dia, o dólar chegou aos R$ 4,9361.
No dia anterior, o dólar fechou com alta de 0,35%, vendido a R$ 4,8725.
Com o resultado de hoje, a moeda passou a acumular:
- alta de 1,29% na semana;
- quedas de 0,33% no mês e de 6,53% no ano.
Ibovespa
O Ibovespa, por sua vez, despencou 2,15%, aos 116.145 pontos. O índice foi influenciado pelo tombo de diversas ações – os papéis da Magazine Luiza, do Grupo Soma e da construtora MRV chegaram a cair mais de 5% ao longo do dia.
Além dessas, os bancos viveram um dia de baixas expressivas após a decisão de política monetária do Copom.
Na véspera, o índice fechou o dia em queda de 0,37%, aos 117.846 pontos.
Com o resultado de hoje, o Ibovespa passou a acumular:
- queda de 2,20% na semana;
- altas de 0,34% no mês e de 5,84% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Os investidores ficaram de olho nos dados econômicos do Brasil e dos EUA divulgados na quarta-feira (20).
No Brasil, o Banco Central realizou o segundo corte do ciclo de quedas da taxa básica de juros. No comunicado, o colegiado indicou que a decisão aconteceu diante do processo de desinflação, dos cenários econômicos avaliados no Brasil e no exterior e do balanço de riscos.
Segundo especialistas consultados, a leitura foi a de que o colegiado reconheceu a melhora dos indicadores de inflação e da atividade econômica brasileira, mas que ainda ponderou a necessidade de execução das metas fiscais do país.
Para as próximas reuniões, o BC informou que a decisão de cortar a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual (p.p.) é “compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta no horizonte relevante” e destacou que caso o cenário esperado pelo comitê seja confirmado, a expectativa é que novas reduções da mesma magnitude aconteçam nas próximas reuniões.
Agora, os agentes aguardam a divulgação da ata do Copom para entender a avaliação do BC para o ritmo de cortes da taxa básica de juros. No boletim Focus, os economistas do mercado financeiro esperam para o fim de 2023, uma taxa Selic de 11,75% ao ano. Para o fechamento de 2024, a projeção é 9% ao ano.
Nos EUA, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) manteve a taxa de juros inalterada com intervalo de 5,25% a 5,50%.
Apesar da manutenção, os dirigentes do Fomc indicaram que uma nova alta das taxas pode acontecer até o final do ano, sinalizando que a política monetária mais restritiva também deve se estender para 2024.
Nesta manhã, o Banco da Inglaterra (BoE) decidiu interromper uma longa série de aumentos da taxa de juros nesta quinta-feira. O Comitê de Política Monetária do banco central votou por 5 a 4 para manter a taxa de juros em 5,25%.
A ala derrotada votou por um aumento da taxa de juros em 0,25 ponto percentual, como chegou a projetar o mercado financeiro. Foi a primeira vez desde dezembro de 2021 que o Banco da Inglaterra não aumentou os custos de empréstimos.
“Há sinais crescentes de algum impacto da política monetária mais apertada sobre o mercado de trabalho e sobre a dinâmica da economia real de forma mais geral”, disse o comitê em comunicado.
O crescimento recorde dos salários dos trabalhadores tem sido uma grande preocupação para o banco central, mas a decisão foi de manter os juros em meio à desaceleração da economia britânica.
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