Após um ano e meio, juiz nega prisão de jovem que causou morte de mulher em ponto de ônibus

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O juiz Yuri Caminha Jorge, da Vara de Crimes de Trânsito, rejeitou na quinta-feira (20) um pedido feito em dezembro de 2022 pela Polícia Civil do Amazonas para prender preventivamente Leonardo Oliveira Santos, de 22 anos. O jovem dirigia a picape envolvida no acidente que resultou na morte de Andreia Trindade, na Avenida Coronel Teixeira, zona oeste de Manaus, no dia 26 de dezembro de 2022.

O pedido foi feito dois dias após o acidente, em 28 de dezembro, mas ficou travado na Justiça do Amazonas por um ano e meio.

Ao analisar a representação, neste mês, Yuri Jorge disse que a representação só chegou na Vara Especializada de Crimes de Trânsito em outubro de 2023. O magistrado disse que abriu prazo para que o MP-AM (Ministério Público do Amazonas) se manifestasse e só no dia 19 deste mês o processo ficou pronto para ser julgado.

Dois dias após o acidente, Leonardo foi à delegacia prestar depoimento. Ele negou ter ingerido bebida alcoólica e disse que apenas estava cansado, pois havia passado a noite na casa de um amigo. Leonardo também disse que acordou com o impacto da batida do carro, mas não conseguiu deduzir o que havia ocorrido, por isso, continuou o percurso.

Ao pedir a prisão preventiva, o delegado Temístocles Alencar, que investigou o caso, disse que Leonardo dirigia em “estado de sonolência”, desprezando qualquer resultado dessa conduta.

A polícia indiciou Leonardo pelos crimes de homicídio simples, lesão corporal culposa de trânsito (quando não há intenção), fuga do local do acidente e omissão de socorro. Entretanto, em setembro de 2023, o MP-AM denunciou Leonardo apenas por homicídio culposo, com agravante por omissão de socorro. A ação penal ainda está em tramitação na Justiça amazonense.

Ao analisar o pedido, Yuri sustentou que a polícia não fundamentou a necessidade de manter o jovem preso preventivamente. Conforme o juiz, a representação policial teve como base apenas a repercussão do caso. Além disso, Leonardo responde em liberdade há um ano e meio e não fez nada para atrapalhar o processo.

“Com isso, tem-se que já se passaram mais de 1 ano e meio com o réu respondendo ao feito em liberdade, sem que existam notícias de ele tenha dificultado o andamento do feito ou atrapalhado as investigações e/ou colheita de provas”, afirmou Yuri Jorge.

O juiz afirmou ainda que o tipo penal (homicídio culposo) imputado na denúncia é diferente do que consta no pedido de prisão (homicídio simples).

No momento do acidente, Andreia estava acompanhada do marido, Edson Reis, que também foi atingido pelo veículo e teve ferimentos. Edson disse aos investigadores que Andreia tentou correr quando a picape invadiu a área do ponto de ônibus e arrancou a primeira coluna da parada, mas foi atingida com estilhaços de vidro, caiu e, em seguida, foi atingida pelo carro.

Ainda conforme Edson, após atropelar as vítimas, o carro “parou poucos metros adiante, onde ficou parado um ou dois minutos”, mas em nenhum momento o condutor desceu do veículo para prestar socorro, apenas seguiu em frente com velocidade. As imagens que circulam nas redes sociais confirmam que o rapaz não ajudou as vítimas do atropelamento.

No mesmo dia do acidente, testemunhas do acidente identificaram que a picape pertencia ao empresário Adauto do Carmo Santos Júnior, dono de uma empresa de locação de veículos no bairro Alvorada, na zona oeste de Manaus. Na madrugada, as portas da locadora foram pichadas com o seguinte teor: “Justiça”, “assassino” e “covarde”.

Foto: Reprodução/ *AM Atual

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