AS METRALHADORAS E A FORTALEZA

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“Nove das 21 metralhadoras furtadas, por militares de quartel em Barueri são encontradas pela Polícia Civil na lama em São Roque, no interior de São Paulo (…), segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), todo o armamento furtado seria encaminhado e vendido para facções criminosas, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), que atua principalmente no estado de São Paulo e o Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro (…). O furto de 13 metralhadoras.50 e de oito metralhadoras calibre 7.62 do Arsenal de Guerra, em Barueri, só foi verificado pelo Exército no último dia 10 de outubro após uma inspeção. A suspeita é de que as armas sumiram perto de feriado de 7 de setembro (…)”. (TV Globo/SP, 21/10/2023). O soldado compõe a guarda do quartel, o cabo comanda a guarda, o tenente comanda a guarnição de serviço, o cabo armeiro preserva as armas, o sargento da reserva de armamento cuida das armas e o Subtenente controla as armas, o capitão Fiscal fiscaliza o controle das reservas de armas e munição, o major/tenente-coronel subcomandante coordena as ações do capitão Fiscal e o coronel comandante do quartel é o responsável por tudo que acontece no quartel. Ninguém viu sair pelo Portão das Armas do quartel, ninguém deu falta na reserva de armas, mas as piores organizações criminosas do país souberam antes do comandante e da sua tropa aquartelada. Até se recusaram a comprar as tais armas de guerra, sendo a metralhadora.50 uma arma de grande calibre capaz de derrubar até aviões. Quando se observa as muralhas centenárias da Fortaleza de Santa Cruz, na entrada da Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, o olhar se fixa nas imensas muralhas que se debruçam sobre o mar. Elas simbolizam a resistência e a luta pela defesa do Brasil e dos brasileiros, qualquer que seja o tempo em que são observadas. O pirata francês Jean-François Duclerc (agosto de 1710), tentou, sem sucesso, ultrapassar a linha de defesa portuguesa e adentrar ao que é hoje a cidade do Rio de Janeiro. Porém, lá estavam os canhões da ainda jovem fortaleza. As muralhas da Fortaleza de Santa Cruz representam, hoje, todos os muros dos quartéis, tanto do Exército, quanto da Marinha e da Aeronáutica e que, como aquelas muralhas centenárias, deveriam ser inexpugnáveis. Tais muros protegeriam a tropa e todo o material bélico, impedindo que os invasores, ali, tivessem acesso. A experiência recente sobre os “muros dos quartéis” causou um trauma ao povo patriota e colocou em descrédito não somente os bravos militares e índios que combateram os franceses no Brasil Colônia, mas essas instituições centenárias que abrigaram em seus quadros heróis anônimos e brasileiros ilustres como o Duque de Caxias, o brigadeiro Eduardo Gomes e o marquês de Tamandaré, Almirante Joaquim Marques Lisboa. Uma parte dos militares de todos os “naipes”, principalmente os grandes líderes, não souberam ser leais ao presidente mais popular que o Brasil já teve depois de Getúlio Vargas e uma das maiores lideranças populares do mundo, na atualidade. Eles não observaram o Brasil e o futuro do país pelo olhar do povo que implorava, à frente dos muros dos quartéis, por proteção e ação patriótica. Eles, em boa parte, olharam aquele caipira “quase capitão” que jamais comandou um batalhão e o deram como inexperiente no trato militar. Ao invés de “ensinar” e dar o braço amigo ao presidente, deram o “cotovelo” e o deixaram “errar na mão”. Não viram o povo, apenas se voltaram para os próprios umbigos. Poucos foram os fiéis amigos e patriotas ao lado do presidente. Agora, outra vez, o povo percebe que, também, do outro lado dos muros dos quartéis não há mais os heróis de antigamente. Em minoria, ainda, há os “piratas” que vivem atrás dos muros, eles são os ladrões de metralhadoras e os incompetentes guardiães dos bens do povo, principalmente o bem maior: a liberdade. As Forças Armadas, pelo absurdo ocorrido em Barueri, estão com os seus quadros de oficiais e praças sob alguma suspeita, o que é injusto e ruim para as suas histórias. Talvez, não adianta correr de “calção e camiseta” à frente da tropa. Talvez, se consiga grandes líderes à maneira antiga, vivendo mais tempo no meio da poeira, do barro, na chuva e sob o sol, sofrendo, pelejando e cantando, vibrantemente, o Hino Nacional ao retornar aos “muros do quartel”.

Por: Elias do Brasil

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