ATP analisa direita de João Fonseca e aponta velocidade e rotação acima da média: “Assustador”

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Feroz, temível, assustador. Assim o cada vez mais famoso golpe de direita de João Fonseca é definido pela Associação dos Tenistas Profissionais (ATP), que examinou o forehand do brasileiro na série “Beyond the Numbers”, dedicada a explorar as estatísticas dos tenistas do circuito e prever comportamentos futuros. Segundo a análise, João não se destaca dos demais quando o critério é “qualidade geral da direita”, mas fica acima da média do tour quando são avaliadas separadamente a velocidade e a rotação da bola.

A análise, baseada apenas nos jogos de nível ATP disputados por João, mostra que a velocidade média do forehand do brasileiro é de 130 km/h, enquanto a média do tour é de 122km/h. Sua taxa de rotação é de 3019 rotações por minuto, bem acima das 2844 rpm do circuito. Considerando apenas forehands com topspin (efeito aplicado de baixo para cima na bola), Fonseca tem uma média de 135km/h e 3034 rotações por minuto. Na vitória sobre o francês Ugo Humbert, na segunda rodada do Miami Open, ele voltou a causar espanto ao registrar 181 km/h em um de seus winners de direita.

Com 7,5 no critério geral da qualidade do forehand, João ainda não se destaca da média porque a consistência e a precisão dos golpes são relativamente baixas – algo que o próprio tenista admite ainda estar aprimorando. O brasileiro encaixou 81% das suas direitas, um pouco abaixo dos 83% da média do tour, e acertou apenas 22% dos forehands a um metro da linha lateral – a média do circuito é de 27%.

Segundo a análise da “Beyond the Numbers”, que lança um olhar para o futuro a partir das estatísticas dos jogadores, a notícia “assustadora” para o resto do circuito é que há sinais de que a direita de João está melhorando. Numa análise isolada do desempenho do brasileiro na final do ATP 250 de Buenos Aires, em fevereiro, quando conquistou seu primeiro título desse nível, João venceu o tiebreak do segundo set por 7/1 com uma qualidade de forehand de 9,8. Em um estudo do mesmo tipo feito durante o Next Gen ATP Finals, em dezembro do ano passado, a nota de João foi 9,6.

– No momento, tudo é novo. Ele está descobrindo o que funciona – diz Mark Petchey, ex-número 1 britânico e comentarista do Tennis Channel, destacando que é natural um tenista com tanto poder de fogo cometer mais erros. – Uma coisa que eu amo nele é que ele parece um pouco com Alcaraz: completamente destemido nos grandes momentos e disposto a puxar o gatilho. Espero que ele não perca esse aspecto, mas tem que haver uma velocidade de forehand ligeiramente reduzida nos momentos mais importantes.

Derrotado por João na estreia do Next Gen ATP Finals e no Rio Open 2024, o francês Arthur Fils conheceu da pior forma a potente direita do brasileiro. Para o atual número 18 do mundo, o brasileiro tem o chamado “easy power”, ou seja, consegue atingir uma grande potência sem que seja necessário fazer muito esforço, despendendo menos energia que os demais.

– Ele tem um ótimo timing. Mesmo que você golpeie rápido no forehand, ele reage muito rápido e devolve ainda mais rápido. Acho que ele tem potência fácil. Ele pode jogar muito rápido sem forçar muito, então imagine quando ele for usar toda a potência, toda a força que ele tem. Vai ser muito, muito rápido – opinou.

Fonte: Globo Esporte/Foto: Clive Brunskill/Getty Images

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