O subir e descer dos rios no Amazonas é natural do cotidiano do amazonense, esse fenômeno acontece todos os anos na região. A preocupação que cerca toda essa dinâmica, é quando as cheias estão além da marca esperada, ou quando a seca acontece muito rápido, deixando o estado em situação de alerta.
A vazante dos rios, sempre impacta a economia, os alimentos, as plantações, os ribeirinhos, empresas, empresários, navegações e boa parte das famílias, pois passam a ter dificuldade de acesso à água potável. Segundo a Defesa Civil do Amazonas, 23 municípios estão fora da normalidade, por causa da estiagem.
“Os níveis dos rios têm baixado de forma muito rápida, principalmente por conta da atuação do fenômeno El Niño na Região Amazônica. A principal característica do El Niño na nossa região é a escassez prolongada de chuvas, que afeta principalmente o ecossistema, os recursos hídricos, a produção rural e a população como um todo”, diz a nota da Defesa Civil.
Com a previsão de chuvas abaixo da média para toda a bacia, a tendência inicial é que os rios continuem a descer no mês de setembro.
O diretor presidente da Bemol, Denis Minev, realizou um tweet nesta quarta-feira (20), apresentando dados e chamando a atenção para a grande calamidade da seca em 2023, que promete ser uma das maiores desde 2010. De acordo com Denis, é provável que estejamos defronte a uma seca histórica, dado que o rio tende a continuar descendo por pelo menos mais um mês.
Ele salienta também as consequências humanitárias e logísticas dramáticas para quem depende dos rios, como os ribeirinhos e as grandes embarcações de abastecimento da Zona Franca de Manaus.
“Boa parte dos nossos rios se tornam intransitáveis, com consequências humanitárias e logísticas dramáticas. Comunidades ribeirinhas, por exemplo, se tornam isoladas, dado que a seca deixa-as a grandes distâncias da beira do rio, sendo esses espaços lamaçais de tamanha profundidade e extensão a ponto de torná-los intransponíveis. Em 2010 foi necessário levar mantimentos por helicóptero em muitos casos. Caso grandes navios não possam chegar a Manaus, o abastecimento da cidade de alimentos e insumos do pólo industrial fica comprometido, com amplas implicações sócio-econômicas”, disse.
Confira na íntegra o tweet: