O Boi da Francesa é bicampeão do 56º Festival Folclórico de Parintins. Consagrando-se o vencedor em 2023 do espetáculo do Povo da Floresta, o boi da Cultura Popular ergue o troféu pela 25ª vez. O bumbá azul e branco defendeu a temática “O Brado do Povo Guerreiro”. O Touro negro somou 1.259 pontos, enquanto o Boi Garantido teve 1.258.8 pontos.
A apuração dos jurados ocorreu nesta segunda-feira (03/07), às 14h, na sala de reunião da Secretaria de Cultura, no Bumbódromo em Parintins-AM. A apuração foi transmitida pelo telão da arena do Bumbódromo para os torcedores dos búmbas. Conforme o resultado da apuração, o Caprichoso venceu a primeira noite (30 de junho) e a última noite do Festival (02 de julho).
A comemoração da nação azulada ocorre no Curral Zeca Xibelão. O boi Caprichoso também foi campeão do Festival Folclórico em 2022.
Para levar o boi à arena, foram construídas 12 alegorias para as três noites de apresentação, além de um módulo aéreo com um guindaste de 500 toneladas e 22 metros de altura, considerado um dos maiores do Brasil.
A Comissão Julgadora é composta por dez membros: 1 presidente, 3 jurados do Bloco A, 3 jurados do bloco B e 3 jurados do Bloco C. Este ano presidida por Thiago Soares, renomado dançarino brasileiro, com destaque no cenário artístico nacional e internacional.
Em 2023, os troféus ganharam uma versão sustentável, confeccionados com fibra de vidro, além disso, 24 troféus serão concedidos às agremiações.
1ª Noite
Com o tema “Ancestralidade: a semente das nossas lutas”, como parte inicial do projeto “O Brado do Povo Guerreiro”, o Caprichoso encerrou a primeira noite de competição no Bumbódromo, na madrugada de sábado (1º/07).
O Boi da Francesa e do Palmares encantou o público azul e branco. A apresentação prestou homenagem aos antepassados, exaltando as raízes ancestrais do povo Caprichoso.
Os pontos altos da apresentação foram a entrada da cunhã-poranga, Marciele Albuquerque, que evoluiu com a toada “Guerreira das Lutas”, a evolução da tribo coreografada com a participação do pajé Erick Beltrão ao som de “Yreruá – Festa do Guerreiro”, e a evolução do item com a toada “Maraka’yp”, que encerrou a apresentação.
2ª Noite
O boi Caprichoso encerrou a segunda noite do Festival de Parintins na madrugada deste domingo (02/07). Na arena, o Touro Negro apresentou o espetáculo “Resistência: a força da nossa existência”.
Com toadas atuais e antológicas, a galera azulada vibrou com a apresentação do Caprichoso. A segunda noite teve mais quatro alegorias e módulos aéreos que trouxeram itens como cunhã-poranga e o boi-bumbá.
Como Lenda Amazônica, o Caprichoso apresentou O “Veleiro Cabano do Uaicurapá”, onde os artistas exaltam a resistência das mulheres amazônidas pelas lutas contemporâneas do povo cabano.
A Figura Típica Regional, reverenciou os Quilombolas da Amazônia. O público também se emocionou com o Ritual Indígena com a Iniciação Masculina Munduruku Marupiara, que marca a entrada dos futuros guerreiros.
3ª Noite
O boi-bumbá Caprichoso encerrou a terceira e última noite do 56⁰ Festival Folclórico de Parintins. Na arena, o Touro Negro defendeu a temática “Revolução: a consagração pelo saber popular”, terceiro ato que compõe o tema “O Brado do Povo Guerreiro”, defendido pelo bumbá azul e branco em 2023.
O brado do Caprichoso reclamou os “saberes e fazeres” dos povos da Amazônia expressos na cultura popular, bradando que, enquanto houver opressão, haverá resistência e que o saber popular deve ser usado como arma contra a intolerância, os racismos, os preconceitos e repressões de toda a sorte.
O bumbá levou à arena quatro alegorias com altura média de 22 metros, além dos módulos levados por guindaste à encenação folclórica, que potencializam a altura das alegorias.
A última noite do festival também representou a última apresentação do Caprichoso sob o comando do presidente Jender Lobato, cujo mandato se encerra em 2023, após a prorrogação por mais um ano decidida em assembleia-geral da agremiação folclórica.
Caprichoso
O Boi-Bumbá Caprichoso foi fundado em 1913, pelas mãos de famílias nordestinas, Cid e Gonzaga. A brincadeira que nasceu nos quintais das casas com versos de saudação e enaltecimento, nas vozes dos fundadores, logo se transformou em desafios fortes para o contrário.
O bumbá ganhou as ruas da cidade, incorporou as tradições locais. As pessoas passavam, mas o Caprichoso não, recebido por um novo dono, uma nova família que, tradicionalmente, se tornava a guardiã do boi, responsável por organizar as saídas do boi nas ruas de Parintins.
A agremiação folclórica é responsável pelo projeto social Fundação Boi-Bumbá Caprichoso, denominado Escola de Artes Irmão Miguel de Pascalle, para crianças e adolescentes que exercitam e desenvolvem o potencial intelectual e artístico nas oficinas de artes, dando um retorno à comunidade e ao festival. Fundada em 1998, a escola já revelou mais de 5.500 artistas que podem ser vistos nos galpões, no conselho de arte, na dança, na música e em todos os segmentos.
O Festival
O Festival Folclórico de Parintins é realizado no último final de semana de junho no Amazonas. Neste ano, o evento ocorreu nos dias 30 de junho, 1º e 2 de julho.