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Brasileiros de time de futebol que estavam no Sudão atravessam fronteira com Egito

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O jogador de futebol Paulo Sérgio conseguiu atravessar a fronteira com o Egito e sair do Sudão — Foto: Arquivo pessoal/ Paulo Sérgio
O jogador de futebol Paulo Sérgio conseguiu atravessar a fronteira com o Egito e sair do Sudão — Foto: Arquivo pessoal/ Paulo Sérgio

Os brasileiros que fazem parte do time do Al-Merreikh e estavam no meio do conflito armado do Sudão conseguiram atravessar a fronteira com o Egito no começo da tarde desta segunda-feira (24), após enfrentarem uma longa viagem em um micro-ônibus para sair do país.

“Trocamos de ônibus e estamos indo para a cidade de Assuã, no Egito, que fica três horas da fronteira”, afirmou o jogador Paulo Sérgio.

Ao chegarem na fronteira, eles passaram seis horas na alfândega para a conferência de documentos, informou a mulher do atleta.

O grupo saiu de Cartum, capital do Sudão, ainda no domingo (23). Eles viajaram em um micro-ônibus fretado pelo clube.

Integrantes do Al-Merreikh em ônibus fretado pelo clube — Foto: Arquivo pessoal/ Paulo Sérgio

Os atletas e equipe técnica afirmam que o Itamaraty não deu nenhum suporte para que os cidadãos brasileiros deixassem a região de conflito durante o cessar-fogo de 72 horas definido pelo grupo paramilitar que está em conflito com o Exército do Sudão.

O Itamaraty , por sua vez, disse que registrou a presença de 16 brasileiros na capital do Sudão e que 15 já deixaram a região conflagrada.

Os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF) concordaram com uma trégua de 72 horas em confrontos armados no Sudão por razões humanitárias, nesta sexta-feira (21). A suspensão dos conflitos começou às 6h do horário local (1h em Brasília) deste sábado (22).

Brasileiros após conseguirem atravessar a fronteira do Sudão com o Egito — Foto: Arquivo pessoal/ Paulo Sérgio

O que diz o Itamaraty

O g1 questionou o Itamaraty sobre as criticas dos brasileiros em relação à assistência do Governo do Brasil. No entanto, o órgão não respondeu sobre o assunto até a publicação desta reportagem.

Apesar disso, o órgão enviou uma nota em que diz que “o governo brasileiro segue empreendendo esforços para retirar todos os brasileiros em território sudanês tão logo quanto possível”. Ainda de acordo com o comunicado, “estabeleceu-se como prioritária a retirada dos brasileiros que se encontravam na capital, Cartum, onde houve grande parte dos conflitos nos últimos dias”.

O Ministério das Relações Exteriores afirmou na tarde deste domingo (23) que registrou a presença de 16 brasileiros na capital do Sudão. Desse total, 15 já deixaram a cidade nas últimas horas. De acordo com o governo brasileiro, entre elas 3 crianças que saíram da cidade “em companhia do pai, em comboio da ONU para o leste do país”.

Segundo o governo brasileiro, “resta um cidadão na capital, que se presumia poder ser evacuado esta manhã, o que acabou não sendo possível. Encontra-se em segurança e aguardando orientações”.

O Itamaraty sustenta que “o governo brasileiro chegou a viabilizar evacuação mais ampla em coordenação com a ONU e com países europeus, que não pôde ser concretizada por questões de deslocamento e segurança”.

Por fim, o comunicado diz que “o Brasil permanece em estreito contato com a ONU e com outros governos com nacionais no Sudão e continua a monitorar a situação dos demais brasileiros no país, que por estarem em localidades não conflagradas, estão em situação de menor risco relativo”.

O conflito

Fumaça na capital do Sudão, Cartum — Foto: AP Photo/Marwan Ali

Iniciados no sábado (15), os combates na capital do Sudão, Cartum, e nas cidades vizinhas de Omdurman e Bahri são os piores em décadas. Especialistas temem que o conflito divida o país entre as duas facções militares que compartilharam a liderança sudanesa durante a transição política nos últimos anos.

Estes grupos são:

  • O exército, liderado pelo general Abdel-Fattah al-Burhan, que é comandante das forças armadas;
  • Um grupo paramilitar, comandado pelo general Mohammed Hamdan Dagalo, que é chefe das Forças de Apoio Rápido (RSF).

Em 2021, as duas facções, então aliadas, orquestraram um golpe militar no país, que passava por um período de instabilidade desde 2019, quando o então líder do país, Omar Bashir, foi destituído do poder após protestos generalizados. Com isso, al-Burhan passou a liderar um conselho de governo e Dagalo, conhecido como Hemedti, se tornou seu vice.

No entanto, desde então, diversos atritos surgiram entre os grupos, principalmente quanto à integração da RSF nas forças armadas e na futura cadeia de comando. Além disso, as facções divergem acerca do apoio a partidos políticos e a grupos pró-democracia.

Quando os combates começaram em 15 de abril, ambos os lados culparam o outro por provocar a violência. O exército acusou a RSF de mobilização ilegal nos dias anteriores, e a RSF disse que o exército tentou tomar o poder total em uma conspiração com partidários de Bashir.

*g1

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Last Updated on 24 de abril de 2023 by Redação OPP