A operação foi coordenada pela Polícia Penal Federal, que se deslocou ao Rio de Janeiro para conduzir os detentos sob rigoroso esquema de segurança.
Os sete integrantes da cúpula do Comando Vermelho estavam presos em Bangu 1, no Complexo de Gericinó, e foram levados até a Base Aérea do Galeão, de onde embarcaram rumo ao Paraná.
A medida foi determinada pelo juiz Rafael Estrela Nóbrega, titular da Vara de Execuções Penais (VEP) do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), após pedido do Ministério da Justiça e da Secretaria de Administração Penitenciária (Seap-RJ).
“É dever deste juízo preservar o interesse coletivo sobre o individual, especialmente diante de risco real de reincidência e coordenação de práticas criminosas a partir do cárcere”, escreveu o juiz em sua decisão.
Os sete criminosos enviados para o presídio federal de Catanduvas são apontados como lideranças ativas da facção e responsáveis pela comunicação entre as comunidades e a cúpula do tráfico no Rio:
A Justiça do Rio ainda avalia a situação de outros três presos citados pela Secretaria da Polícia Civil:
Wagner Teixeira Carlos, Leonardo Farinazzo Pampuri (Léo Barrão) e o cabo da Marinha Riam Maurício Tavares Mota, preso em 2023 pela Polícia Federal dentro de um quartel em Niterói.
Riam é acusado de operar drones a serviço do Comando Vermelho, criando dispositivos capazes de acoplar granadas e explosivos para ataques contra facções rivais e forças de segurança.
O caso dele segue em tramitação na Justiça Militar e no juízo de organizações criminosas.
Por que vão para Catanduvas
A decisão de enviar todos os líderes inicialmente para Catanduvas foi estratégica.
Fontes do Ministério da Justiça informaram que, após discussões internas, o governo optou por centralizar a primeira fase da custódia na mesma penitenciária.
A médio e longo prazo, o Plano de Rodízio Federal prevê que os detentos em geral, do Comando Vermelho, não necessariamente os sete, sejam redistribuídos entre as demais quatro unidades do sistema federal: Brasília (DF), Porto Velho (RO), Mossoró (RN) e Campo Grande (MS).
Essa rotatividade é usada para quebrar laços e reorganizações internas das facções criminosas.
Operação Contenção
A decisão de transferência veio na esteira da Operação Contenção, que resultou na morte de 121 pessoas durante ações policiais no estado – entre elas, dois policiais civis e dois militares do Bope.
A operação revelou planos de ataque e comunicação entre líderes presos e criminosos em liberdade, o que reforçou a necessidade de isolamento total das lideranças.
Fonte: Metrópoles/Foto: Gov RJ