Chuvas rompem diques e retiram milhares de pessoas de suas casas na Holanda

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Milhares de pessoas fugiram de suas casas no sul da Holanda nesta sexta-feira, 16, depois do rompimento de um dique causado pela chuva torrencial que afeta a Europa Ocidental nos últimos dias. As inundações causaram distúrbios também na Alemanha, Bélgica e Suíça e em Luxemburgo.

Em Meerssen, na Holanda, autoridades locais pediram que residentes do município deixassem suas propriedades e orientaram que as famílias desligassem o fornecimento de eletricidade e gás Em Venlo, 200 pacientes foram deslocados de um hospital, e grande parte da cidade foi esvaziada. O primeiro-ministro Mark Rutte declarou um desastre nacional na província de Limburg, espremida entre áreas inundadas no oeste da Alemanha e na Bélgica.

Mais tarde, os militares conseguiram reforçar o dique perto de Meerssen, disse o órgão de segurança regional à rádio L1, mas a ordem de retirada permaneceu em vigor.

Em Wessem, soldados trabalhavam freneticamente para reforçar o dique que protege a vila das águas crescentes do rio Meuse. “É assustador. Eu nunca vi a água subir tanto”, disse o morador Ton Linssen, de 69 anos, à agência Reuters.

Grande parte do território holandês está abaixo do nível do mar, protegida por um sistema complexo de diques antigos e barreiras de cimento modernas que retêm a água do mar e dos rios.

Em Valkenburg, perto da fronteira belga e alemã, as inundações engolfaram o centro da cidade, danificando muitas casas e outras propriedades e destruindo pelo menos uma ponte.

Os níveis das águas no Mosa e no Rur atingiram níveis recordes na quinta-feira, superando aqueles que levaram a grandes enchentes em 1993 e 1995, disseram as autoridades locais. Não há relatos de vítimas.

Centenas de mortes

As enchentes causaram até o momento ao menos 126 mortes – 106 na Alemanha e 20 na Bélgica. Na Alemanha, onde os temporais vêm sendo considerados a pior catástrofe desde o fim da 2ª Guerra, pelo menos 103 pessoas morreram nos Estados da Renânia do Norte-Vestfália e Renânia-Palatinado, na região oeste do país. Vilarejos inteiros ficaram isolados, casas foram arrastadas pelas águas ou destruídas em deslizamentos de terra e, mesmo com o fim da tormenta, autoridades apontam que ainda há o risco do transbordamento ou rompimento de barragens nos dois Estados.

Conforme a água recua, os sobreviventes relatam desespero provocado pela destruição de casas e propriedades. Segundo autoridades locais, espera-se que o número de mortes deve aumentar nos próximos dias, conforme as equipes de resgate ganham acesso às áreas afetadas.

Na Bélgica, o último balanço do governo aponta que há pelo menos 20 mortos e outros 20 desaparecidos. Cerca de 21 mil pessoas estão sem acesso à energia elétrica, e o Exército foi enviado para quatro das 10 províncias do país para participar das operações de resgate.

Um dia de luto nacional foi decretado em 20 de julho. “Essas são as inundações mais catastróficas que nosso país já vivenciou”, disse o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo.

As fortes chuvas surpreenderam os habitantes e alguns ficaram ilhados pelas enchentes e transbordamentos de rios. Há relatos sobre vítimas que morreram afogadas em porões que inundaram.

As inundações são um fenômeno complexo com muitas causas, incluindo o desenvolvimento da terra e as condições do solo. Embora fazer um vínculo entre as mudanças climáticas e um evento específico de inundação exija uma análise científica extensa, é possível dizer que esse elemento, que já está causando chuvas mais fortes e muitas tempestades, é uma parte cada vez mais importante da mistura. Uma atmosfera mais quente retém e libera mais água, seja na forma de chuva ou de neve pesada no inverno. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

*Estadão Conteúdo

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