CNJ afasta juiz e desembargador do AM por suspeita de fraude envolvendo quase R$ 150 milhões da Eletrobras

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O juiz titular da Vara Única da Comarca de Presidente Figueiredo, no interior do estado, Jean Carlos Pimentel dos Santos, e o desembargador do Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam), Elci Simões de Oliveira, tiveram o afastamento cautelar determinado pelo corregedor nacional de Justiça, ministro Campbell Marques, nesta sexta-feira (21).

Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a decisão foi tomada com base em uma denúncia formal contra os magistrados. A Eletrobras (Centrais Elétricas Brasileiras S.A.) apontou que eles podem ter cometido irregularidades, como autorizar documentos que permitiram a retirada de quase R$ 150 milhões da empresa.

Conforme a determinação, os magistrados estão proibidos de acessar seus gabinetes, tanto no fórum de Presidente Figueiredo quanto na sede do Tjam em Manaus, e seus equipamentos de trabalho passarão por perícia.

Em nota, o Tjam informou que a decisão foi tomada pela Corregedoria Nacional de Justiça e afirmou que cumprirá a determinação, respeitando todas as medidas estabelecidas.

O CNJ ressaltou que a decisão foi tomada devido à rapidez excessiva no processo, que não condizia com o volume de trabalho da Vara Única. Para o ministro Campbell Marques, o juiz agiu sem a devida cautela ao avaliar a validade dos documentos, seu conteúdo e a legitimidade dos beneficiários.

“O comportamento dos envolvidos causa sérios danos à imagem do Poder Judiciário do Amazonas, principalmente por sugerir possíveis violações da imparcialidade e igualdade que devem ser garantidas aos julgadores. Por isso, o afastamento cautelar dos magistrados é essencial”, afirmou o ministro.

 

A Corregedoria Nacional também ordenou o bloqueio dos acessos dos dois magistrados aos sistemas do Tjam. Além disso, os equipamentos de trabalho do desembargador e do juiz da Vara de Presidente Figueiredo foram lacrados para perícia e coleta de dados, com o objetivo de dar continuidade à investigação da reclamação disciplinar.

De acordo com o CNJ, os magistrados têm cinco dias para se manifestarem. A reclamação disciplinar tramita em sigilo.

g1 entrou em contato com a Eletrobras para um posicionamento sobre a decisão e aguarda resposta.

*G1/AM/Foto: Divulgação / Tjam

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