O homem suspeito de matar e enterrar o corpo de Jéssica Rayara, 22 anos, embaixo da própria casa em Ituporanga, no Vale do Itajaí, confessou o feminicídio à Polícia Civil, informou o delegado Fernando Padilha Figueiredo neste sábado (11). Companheiro da vítima, ele está preso temporariamente.
Inicialmente, segundo a investigação, o homem havia negado participação no crime e apresentado histórias contraditórias. Ele foi ouvido novamente na sexta-feira (10).
A dinâmica e possíveis motivações do crime, no entanto, não foram reveladas pelo investigador.
Jéssica Rayara morava com os dois filhos, de dois e cinco anos, e o então companheiro em Ituporanga. Antes disso, em 2021, ela vivia em Ipubi (PE). Conforme o delegado Fernando Padilha Figueiredo, a mulher saiu com o homem, do estado em que nasceu, para trabalhar com agricultura em Santa Catarina.
Segundo a Polícia Civil, ela já havia denunciado violência doméstica em 2022.
“Ela registrou um boletim de ocorrência ano passado. Não apresentava lesão, não havia testemunhas indicadas. Foi intimada por diversas vezes e não compareceu nenhuma delas prestar esclarecimentos”, relatou o advogado.
O crime
O corpo da jovem de 22 anos foi encontrado enterrado sob a casa onde morava com o companheiro e os dois filhos no fim da tarde de terça-feira (7).
Padilha disse que as crianças foram achadas sozinhas dentro da residência no dia anterior, após solicitações de vizinhos, e foram encaminhadas a um abrigo.
“Os policiais da delegacia, incansáveis, continuaram, desde a madrugada de ontem [terça-feira], buscando esse corpo nas imediações do local. Até que, ao fim da tarde, foi localizado o cadáver da feminina, escondido embaixo da casa”, relatou Padilha.
De acordo com o investigador, o homem foi encontrado pelos policiais no alojamento do irmão, próximo à casa da família. Ele foi preso na noite de terça-feira.
O que é violência doméstica?
Segundo a Lei Maria da Penha, a violência doméstica contra a mulher envolve qualquer ação baseada no gênero – ou seja, a mulher sofre algum tipo de violência apenas pelo fato de ser mulher.
Segundo o Instituto Maria da Penha, essa violência pode ser dos seguintes tipos:
- Violência física: qualquer ação que ofenda a integridade ou a saúde corporal da mulher. Exemplos: espancamentos, estrangulamento, cortes, sacudidas, entre outros
- Violência psicológica: qualquer ação que cause dano emocional e diminuição de autoestima; prejudique e perturbe o desenvolvimento da mulher ou tente degradar e controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões. Exemplos: ameaça, humilhação, manipulação, isolamento, vigilância constante, perseguição, entre outros
- Violência sexual: qualquer ação que obrigue a vítima a presenciar, manter ou participar de relação sexual não desejada. Exemplos: estupro, impedir uso de contraceptivos, forçar prostituição, entre outros
- Violência patrimonial: qualquer ação que configure retenção ou destruição de objetos, instrumentos de trabalho, documentos, bens e valores da vítima. Exemplos: controle do dinheiro, destruição de documentos, estelionato, deixar de pagar pensão alimentícia, entre outros
- Violência moral: qualquer ação que configure calúnia, difamação e injúria. Exemplos: acusar a mulher de traição, expor a vida íntima, desvalorizar a vítima pelo seu modo de se vestir, entre outros
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