Os suspeitos de envolvimento com o assassinato de Vinícius Gritzbach estiveram em Guarulhos no dia 8 de novembro, data da execução do delator do PCC. O R7 obteve com exclusividade a análise de geolocalização dos celulares dos PMs, apreendidos pelos investigadores.
Os documentos sigilosos constam do relatório final da Corregedoria da PM de São Paulo.
Nele, a Corregedoria detalha a movimentação do tenente Fernando Genauro, do cabo Denis Martins e do soldado Ruan Silva Rodrigues no dia 8 de novembro de 2024, data dos disparos contra Vinícius Gritzbach.
Denis e Ruan são apontados como os atiradores que executaram o empresário.
O tenente Genauro seria o motorista do carro que levou ambos até o local e deu fuga aos criminosos.
Usando a geolocalização dos celulares dos PMs, a Corregedoria afirma que Ruan e Denis, ao contrário do que eles dizem, estiveram na cidade de Guarulhos no dia do crime.
Pela investigação, os celulares do tenente Genauro e do soldado Ruan se conectaram a uma antena de telefonia que fica no Sambódromo do Anhembi entre 14:01 e 14:27. Segundo o relatório, “este fato demonstra um possível encontro entre ambos, provavelmente no estacionamento do local”.
Corregedoria indica ‘possível encontro’ do tenente Genauro e do soldado Ruan Reprodução/Corregedoria
Já em deslocamento, o celular de Genauro se vincula à ERB (estação rádio-base) próxima à ponte do Tatuapé, que dá acesso à Rodovia Presidente Dutra, no sentido, Guarulhos, às 14h50min.
Depois disso, segundo o documento, o aparelho celular dele não mais se conecta a nenhuma ERB, sendo possível que ele tenha desligado o celular.
Já na cidade de Guarulhos, o PM Ruan se conecta a uma ERB entre 16h25min e 17h05min no local exato em que ele e o cabo Denis teriam embarcado no ônibus durante a fuga, depois da morte de Gritzbach.
O celular do cabo Denis se vincula à mesma ERB às 17h03. Para a polícia, a quebra do sigilo telefônico mostra que ambos estiveram no local.
A investigação também tenta provar que o tenente Genauro e o cabo Denis se encontraram poucas horas antes do crime.
Os dois estiveram vinculados à mesma ERB, na Vila lara, região de Osasco, às 12h38min e 12h57min, respectivamente.
Na conclusão do inquérito, a Corregedoria pediu a conversão da prisão temporária dos três PMs em preventiva.
O documento destaca ainda que criminosos da facção criminosa PCC estariam sendo beneficiados com informações relevantes, fornecidas por policiais militares da ativa e da reserva, além de um ex-policial. E que estes criminosos, com base nos vazamentos de informações sigilosas, conseguiam se livrar de prisões.
A investigação também constatou patrimônio incompatível com a renda de alguns dos envolvidos.
Em depoimento, o cabo Denis Antonio Martins, o Soldado Ruan Silva Rodrigues e o tenente Genauro afirmaram que não estiveram no aeroporto de Guarulhos em 8 de novembro de 2024.
Os três têm a mesma equipe de defesa. Os advogados Renato Soares do Nascimento e Mauro da Costa Ribas Júnior, em nota, afirmam que eles são inocentes e que no processo penal a defesa apresentará provas documentais e testemunhais.
*R7/Reprodução/RECORD