Delator do PCC cobrou R$ 5 mi em dívidas entre soltura e assassinato

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Antes de ser executado no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, o delator Vinicius Gritzbach moveu uma série de ações na Justiça para cobrar dívidas de pessoas de quem recebeu cheques ou com quem fazia negócios em bitcoins. Os valores discutidos nos processos chegam aos R$ 5 milhões. Em seu acordo de delação premiada, ele topou pagar uma multa de R$ 15 milhões.

Metrópoles identificou pelo menos oito cobranças judiciais movidas por Gritzbach. A maior parte foi em cheques de valores menores. Um deles foi contra um empresário com quem fez negócios em bitcoins, no valor de R$ 4 milhões. As ações foram movidas após a soltura do delator, em junho de 2023, que chegou a ser preso sob a acusação de matar o traficante Anselmo Santa Fausta, o Cara Preta.

Gritzbach tentou negociar ao máximo para não pagar R$ 15 milhões em multa e ainda manter bens de luxo, como helicóptero e lanchas. Os termos não foram aceitos pelo Ministério Público Estadual de São Paulo (MPSP) e a multa foi mantida. O acordo foi homologado em abril deste ano pela Justiça paulista. Nele, o delator admite crimes de lavagem de dinheiro para integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e acusou policiais civis de corrupção.

Segundo a Polícia Civil e o MPSP, Gritzbach mandou matar Anselmo Santa Fausta após sumir com uma quantia milionária em bitcoins do traficante e passar a ser cobrado pelo dinheiro. Mesmo após fazer delação premiada, ele continuou a negar autoria desse crime. Apenas admitiu atos de lavagem de dinheiro para a facção. Disse ainda que foi extorquido por policiais que investigaram o homicídio do traficante.

Execução

Vinícius Gritzbach foi morto com tiros de fuzil após desembarcar no Aeroporto de Guarulhos, na última sexta-feira (8/11), voltando de uma viagem a Maceió com a namorada. Homens encapuzados desceram de um carro na área de embarque e desembarque e começaram a atirar. Houve 29 disparos, segundo a polícia. Além do empresário, o motorista Celso Araújo Sampaio de Novais também morreu.

Quatro policiais militares eram responsáveis pela segurança de Gritzbach no momento do ataque. Todos estão afastados. Nos primeiros depoimentos prestados, eles disseram que, instantes antes do ataque ao empresário, pararam em um posto de combustíveis para lanchar, enquanto aguardavam a chegada do delator.

Segundo eles, quando decidiram ir em direção ao aeroporto, uma das caminhonetes em que estavam não funcionou. Apenas um dos PMs teria ido ao local, acompanhado do filho de Gritzbach. Outro PM acompanhou o empresário na viagem a Alagoas e disse à polícia não ter percebido qualquer movimento suspeito no aeroporto, segundo sua defesa.

Foto: Divulgação/ Metrópoles

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