O Amazonas voltou a registrar alta na taxa de desemprego e agora ocupa o terceiro lugar no ranking nacional de desocupação. De acordo com os dados divulgados pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado fechou o primeiro trimestre de 2025 com 10,1% no índice de desemprego.
Em comparação com o fim de 2024, o aumento é significativo, sendo que no último trimestre do ano passado, a taxa estava em 8,3%. Agora, volta a superar os dois dígitos e retorna a um índice semelhante ao início de 2024, quando estava em 9,8%.
“Esse aumento pode refletir dificuldades do mercado de trabalho em absorver a crescente força de trabalho do estado”, explicou o coordenador do IBGE no Amazonas, Adjalma Nogueira.
O número de pessoas desempregadas subiu de 167 mil no fim de 2024 para 206 mil no início de 2025. Já a informalidade segue alta, atingindo 982 mil pessoas, o que coloca o estado atrás apenas do Pará na região Norte nesse aspecto.
Mesmo com a alta da desocupação, há vagas não preenchidas. A analista de Recursos Humanos (RH) Kelly Mendes relata que só em Manaus são mais de 100 oportunidades abertas, especialmente para funções operacionais.
“Aqui a gente não tem restrição de idade, a pessoa tendo a qualificação, querendo trabalhar, disponibilidade de horário, a gente contrata”, afirmou.
Maria Herli, de 57 anos, é assistente de RH e está há dois anos fora do mercado formal. Hoje, vive de bicos e trabalhos informais. “O que barra a gente é a idade. Faço corte e costura, e quando aparece algo em RH, eu ajudo também”, disse.
Para os mais jovens, a situação também é difícil. O universitário Kevin Santiago busca vaga na área administrativa ou como empilhador.
“Está um pouquinho difícil. Vim três vezes aqui na semana passada e nada”, contou.
Segundo o diretor do Sine Manaus, Pedro Lima, a expectativa é que a oferta de empregos cresça a partir de julho, com a retomada de contratações na indústria, influenciada também pelas mudanças sazonais do comércio e logística na região.
*G/AM /Foto: Reprodução/EPTV