Na reunião com ministros do dia 5 de julho de 2022, o ex-ministro-chefe da Controladoria Geral da União Wagner Rosário, no momento em que se falava sobre auditoria de urnas eletrônicas, afirmou que viu um relatório de fiscalização da CGU e não “teve coragem de mandar”. Segundo ele, “o relatório estava horrível, uma m…, não falava nada com nada”. Em nota, a assessoria do ex-ministro disse que tudo o que foi dito durante a reunião teve como objetivo a garantia de que as eleições transcorressem com normalidade e que houvesse fiscalização que garantisse plena segurança, transparência e confiabilidade para o processo eleitoral. “Qualquer outra leitura acerca do que foi dito trata-se de mera ilação”.
O trabalho de verificação das urnas que serão utilizadas nas eleições de outubro começa ainda no primeiro semestre. Na época, o texto criticado por Wagner Rosário era ainda preliminar.
Segundo ele, “a forma como foi montada não permite uma fiscalização propriamente dita. Vou dar o exemplo, o sistema que faz a segurança da urna ele tá numa linguagem que na CGU eu não vejo nenhum especialista. Mesmo que eu queira auditar eu não vou conseguir, ele tem 20 milhões de linha de programação”.
Diante da frustração com o relatório que não aponta a conclusão desejada, Rosário sugere expandir o “trabalho” para outros órgãos para garantir a conclusão que desejam. “A gente tem que procurar as Forças Armadas, junto com a Polícia Federal. A Polícia Federal também fez um trabalho. Que eu sei que fizeram uma coisa mais profunda. Essa junção PF, Forças Armadas e CGU, a gente tem que fazer urgente, urgente. Monta as equipes… A gente chegar ao consenso: ‘Isso aqui tem que ser porque não temos garantia disso. E aí já não é mais as Forças Armadas falando. São três instituições. A gente tem que se preparar para atuar em força-tarefa nesse negócio.”
Logo em seguida, o ex-ministro pergunta se a reunião está sendo gravada. Bolsonaro diz que não e que mandou gravar apenas a fala dele.
O relatório criticado por Wagner Rosário foi concluído em dezembro de 2022. Ao final, em 30 páginas, o documento afirma que “não foram verificadas inconsistências no sistema eletrônico de votação entre as situações previstas e as verificadas pelas equipes”. O relatório nunca foi publicado oficialmente.
De acordo com o documento, a CGU diz também que os procedimentos da cerimônia de conferência da autenticidade e integridade dos sistemas de recebimento de dados no TS
*R7/Foto: VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL