A namorada de Ranani Nidejelski Glazer, brasileiro que morreu após ataque do grupo extremista Hamas, lamentou a morte do jovem de 23 anos. Em uma rede social, Rafaela Treistman publicou montagens com fotos de momentos vividos pelo casal. Ela estava com Ranani e um amigo do casal em uma festa de música eletrônica que foi atacada no sábado (7) pelo grupo extremista Hamas.
“Meu anjo, eu te agradeço tanto pelo carinho, por me fazer sentir feliz, por cuidar de mim, por me proteger. Até quando estávamos prestes a morrer você não falhou em me acolher, em me acalmar. Eu devo a você a minha vida, você salvou a minha. Se tem um herói nessa história toda, esse herói é você, meu amor”, escreveu Rafaela.
Ranani prestou serviço militar em Israel. Ele vivia em Tel Aviv com amigos e trabalhava como entregador. De acordo com a namorada, ele tinha o sonho de se tornar um DJ no Brasil.
“Sei que você ainda tinha muitos sonhos que queria realizar, e eu te juro que estaria com você em cada um deles. Você queria ser um DJ famoso no Brasil, queria que suas músicas fossem conhecidas. Até escrevemos uma música nós dois”, relembrou Rafaela.
O pai de Ranani mora em Israel, e a mãe em Porto Alegre. Ele estudou no Colégio Israelita, que fica na cidade gaúcha. O jovem completaria 24 anos na próxima sexta-feira (13), segundo uma tia.
Vítima gravou vídeo durante ataque
Nas redes sociais, Ranani postou um vídeo em que mostra a fumaça e é possível ouvir o som dos foguetes. No vídeo, ele relata a apreensão que vivia .
“Cara, eu juro que essa situação não tem como inventar. No meio da rave, a gente parou num bunker, começou uma guerra em Israel, pelo menos a gente tá num bunker agora, seguro. Vamos esperar dar uma baixada nisso, mas, cara, foi cena de filme agora, gente correndo, quilômetros, para achar um lugar pra se esconder, velho”, disse.
Como Ranani desapareceu
O brasileiro Rafael Zimerman contou que estava na rave ao ar livre com Ranani e Rafaela quando a invasão começou e eles conseguiram se refugiar em um bunker, mas o local foi invadido. A situação ficou tão desesperadora, que Rafael teve que se fingir de morto para continuar vivo. Ele não sabe em que momento o amigo se perdeu. Rafael e Rafaela conseguiram escapar.
“Eu lembro do Ranani me falando para eu não olhar, porque tinham pessoas mortas em cima da gente e que estávamos usando o corpo delas para não tomarmos tiros”, conta Rafaela.
Foto: Arquivo Pessoal
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