O apresentador Fausto Silva recebeu alta médica neste domingo (10) do Hospital Israelita Albert Einstein, onde foi submetido a um transplante de coração no último dia 27 de agosto.
Segundo o boletim médico divulgado pela manhã, Faustão “seguirá sob as orientações médicas e nutricionais necessárias para a reabilitação após o transplante cardíaco” .
Fausto Silva é acompanhado pela equipe formada pelos médicos Fernando Bacal (cardiologista), Fábio Antônio Gaiotto (cirurgião cardiovascular) e Miguel Cendoroglo Neto (diretor médico).
Na última sexta-feira (1º), Faustão já havia sido transferido da UTI para a unidade semi-intensiva.
Recuperação rápida
Na quinta-feira (31), três dias depois do transplante, Faustão gravou um vídeo para agradecer quem torceu por sua recuperação. Principalmente, à família do doador do seu novo coração.
“Quero agradecer, fazer um agradecimento especial ao José Pereira da Silva, pai do Fábio, que teve uma grandiosidade incrível, uma generosidade absurda, que proporcionou que eu estivesse vivo. Eu fico emocionado, me deu a chance de viver de novo”, diz Faustão.
Emocionado, disse para a família de Fábio: “Jamais esquecerei de vocês. E vou um dia agradecer pessoalmente.”
O doador foi Fábio Cordeiro da Silva, jogador de futebol de várzea que morreu no sábado (26), vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ele sonhava em ser atleta profissional e chegou a fazer testes em grandes times, como o Palmeiras.
Segundo a família, um dos órgãos que Fábio doou foi o coração. Faustão também mandou uma mensagem para José Pereira da Silva, pai do doador:
“A única coisa que eu prometo é honrar a memória do seu filho fazendo só coisas boas.”
Recuperação
Faustão também falou, no vídeo, sobre o processo de recuperação. Ele disse que já estava caminhando.
“Ainda estou com a garganta meio arranhada porque eu fui entubado, mas tô bem. Mas muito disposto… já estou andando. Estou há três dias. Só isso que eu queria falar para vocês. Um beijo. Que Deus dê a vocês em dobro tudo que eu recebi. Essa benção. Obrigado”.
O apresentador também falou sobre a importância da doação de órgãos.
“E agora é motivar todo mundo a fazer do país o primeiro doador de órgãos do mundo. Temos que conscientizar. Não tem que ser obrigatório. Tem que ser todo mundo falar isso”, disse.
Fila para cirurgia
Faustão ocupava o segundo lugar na fila de espera por um coração, segundo a Central de Transplantes do Estado de São Paulo. De acordo com o Ministério da Saúde, o apresentador foi priorizado na fila de espera em razão de seu estado de saúde, que era considerado grave.
No caso do transplante de coração, a ordem de prioridade da fila de espera é definida com base na gravidade do quadro do paciente.
“A seleção gerada para a oferta do coração deste receptor, através do sistema informatizado de gerenciamento do sistema estadual de transplantes, trouxe 12 pacientes que atendiam aos requisitos. Destes, quatro estavam priorizados, sendo que o paciente ocupava a segunda posição nesta seleção”, afirmou a Central de Transplantes do Estado de São Paulo.
A equipe médica do paciente que ocupava a primeira posição decidiu pela recusa do órgão e, desta forma, a oferta seguiu para o segundo paciente da seleção, que era o apresentador.
Faustão tem o tipo sanguíneo B, segundo a Central. O tempo de espera por um transplante de coração, para potenciais receptores desse grupo, é de 1 a 3 meses.
Prioridades na fila de espera
No caso do transplante de coração é considerada a gravidade do quadro do paciente para definir a ordem de prioridades na fila.
Quem necessita de internação constante (com uso de medicamentos intravenosos e de máquinas de suporte para a circulação do sangue) tem prioridade em relação à pessoa que aguarda o órgão em casa, por exemplo. A espera não leva em conta se o paciente fará a cirurgia em um hospital público ou na rede particular.
O primeiro passo é o médico responsável cadastrar o paciente na lista única de transplantes. A lista é gerida e organizada pela Secretaria Nacional de Transplantes, do Ministério da Saúde.
Critérios para ordem na fila
Veja abaixo um resumo de como funciona o processo, com informações do Ministério da Saúde e da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos
- A lista funciona por ordem cronológica de cadastro, ou seja, por ordem de chegada;
- Também é levado em consideração a gravidade do quadro – quem necessita de internação constante (com uso de medicamentos intravenosos e de máquinas de suporte para a circulação do sangue) tem prioridade em relação à pessoa que aguarda o órgão em casa;
- tipo sanguíneo – um paciente só pode receber um órgão de um doador que tenha o mesmo tipo sanguíneo que ele;
- porte físico – alguém alto e mais pesado não pode receber o coração de um doador muito mais baixo e magro que ele;
- e distância geográfica – o órgão precisa ser retirado do doador e transplantado no receptor em um intervalo de até 4 horas, isso é chamado de tempo de isquemia, o tempo de duração deste órgão fora do corpo, ou seja: não é possível fazer a ponte entre duas pessoas que estejam muito distantes uma da outra.
- o tempo de isquemia, inclusive, determina se um carro ou avião será usado para o transplante, com custos arcados pelo SUS;
Foto: Reprodução/Instagram
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