Filme tailandês inspirado em acontecimentos reais apavora turistas chineses

Publicado em

Para milhões de turistas chineses, a Tailândia era uma terra de felicidade, com comida deliciosa e festivais de lanternas. Mas um filme de ação de sucesso e rumores nas redes sociais associaram esse destino a uma imagem de perigo, ganância e fraudes. 

Parte da culpa recai sobre o filme lançado em agosto No More Bets (Chega de Apostas, em tradução livre), que já arrecadou mais de US$ 520 milhões (R$ 2,55 bilhões) em bilheteria na China.

A história, que, segundo seus produtores, é inspirada em “acontecimentos reais”, conta as desventuras de um jovem casal preso em um país do Sudeste Asiático após ser vítima de tráfico de pessoas na Tailândia. 

O fenômeno é especialmente prejudicial para esse reino, com 20% do PIB dependente do turismo e que tenta recuperar o número de visitantes anterior à pandemia de Covid-19. 

Em 2019, o país recebeu 40 milhões de turistas, incluindo quase 11 milhões de chineses. Desde o início de 2023, o total é de 19 milhões, sendo apenas 2,3 milhões procedentes da China. 

O sucesso do filme não ajuda — nem as inúmeras postagens virais nas redes sociais que alertam para os riscos de ser sequestrado por grupos criminosos na Tailândia e enviado para os vizinhos Mianmar ou Camboja. 

Diante dos problemas, o governo tailandês lançará um programa experimental, em 25 de setembro, para permitir a entrada de turistas chineses sem visto. 

Apesar da desaprovação de pessoas próximas, Jia Xueqiong, uma enfermeira chinesa de 44 anos, decidiu viajar para a Tailândia com o marido e a filha. 

“Nossos pais tentaram nos convencer a não vir, porque não estaríamos seguros”, conta a turista enquanto passeia pelo Grande Palácio de Bangcoc, estranhamente silencioso. 

“Todos os meus amigos me disseram ‘você vai explorar primeiro e, se estiver tudo bem, vamos nos unir a vocês'”, acrescenta. 

Essas histórias “são exageradas”, diz Leanna Qian, uma estudante de 22 anos entrevistada pela AFP em Pequim. 

Ela ressalta, rapidamente, porém: se fosse à Tailândia, “teria medo de ser levada para um país vizinho contra a minha vontade”. 

“Somos inocentes, é injusto”, afirma o presidente da Associação de Agentes de Viagem da Tailândia, Sisdivachr Cheewarattanaporn.

*R7/FOTO: DIVULGAÇÃO

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Compartilhe

Assine Grátis!

Popular

Relacionandos
Artigos

Capitão Carpê denuncia abandono da reforma no Mercado Municipal Dorval Porto

Durante o recesso parlamentar, vereador fiscalizou o local e...

Câmbio, previdência e fundos: entenda como ficam alíquotas do IOF com decisão de Moraes

A decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre...

Pré-Vest UEA promove 2º aulão com transmissão ao vivo e temas focados no Vestibular e SIS

Aulão interativo ocorrerá dia 26 de julho, das 9h...

“Desmoralização do Congresso brasileiro”, diz vice da Câmara sobre IOF

O vice-presidente da Câmara dos Deputados, Altineu Côrtes (PL-RJ), disse...