G20 surpreende com comunicado e diz que ameaça nuclear na Ucrânia ‘é inadmissível’

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Os líderes das maiores economias do mundo, reunidos na cúpula do G20, criticaram invasões territoriais e lamentaram o impacto da guerra da Ucrânia em todo o mundo.

Eles também afirmaram que “o uso ou ameaça de uso de armas nucleares é inadmissível”, em referência a atuação russa no conflito.

A manifestação consta do comunicado final da cúpula realizada neste fim de semana em Nova Déli, na Índia, antecipado para este sábado (9).

A manifestação divulgada um dia antes do término do encontro surpreendeu, já que havia dúvidas se haveria acordo para uma manifestação conjunta do grupo, justamente devido às fortes divergências em torno da guerra da Ucrânia, país invadido pela Rússia em 2022.

Por outro lado, o comunicado deixou de citar textualmente uma resolução aprovada na Organização das Nações Unidas que condena expressamente a invasão da Ucrânia e pede a imediata retirada das tropas russas, trecho que entrou no comunicado final da cúpula do ano passado, em Bali, Indonésia.

A mudança foi necessária para que houvesse consenso em torno do texto.

“Em linha com a Carta das Nações Unidas, todos os Estados devem abster-se da ameaça do uso da força ou de buscar a aquisição territorial contra a integridade territorial e a soberania ou a independência política de qualquer Estado. O uso ou ameaça de uso de armas nucleares é inadmissível”, diz o novo comunicado, logo após citar a guerra na Ucrânia.

“Destacamos o sofrimento humano e os impactos negativos adicionais da guerra na Ucrânia no que diz respeito à segurança alimentar e energética global, às cadeias de abastecimento, à estabilidade macrofinanceira, à inflação e ao crescimento, o que complicou o ambiente político para os países, especialmente os países em desenvolvimento e menos desenvolvidos que ainda estão se recuperando da pandemia de Covid-19”, diz ainda o documento.

Esse trecho termina, porém, ressaltando as divergências dentro do G20: “Houve diferentes pontos de vista e avaliações da situação”.

O documento continua defendendo iniciativas pacíficas pelo término do conflito. Por outro lado, não houve a inclusão de uma pressão por retirada imediata das tropas russas do território ucraniano, como queriam potências ocidentais.

“Vamos nos unir no nosso esforço para enfrentar o impacto adverso da guerra na economia global e saudaremos todas as iniciativas relevantes e construtivas que apoiam uma paz abrangente, justa e duradoura na Ucrânia, que defenderá todos os Propósitos e Princípios da Carta das Nações Unidas para a promoção de relações pacíficas, amigáveis e de boa vizinhança entre as nações no espírito de ‘Uma Terra, Uma Família, Um Futuro’”, citando o lema da cúpula indiana.

“A era de hoje não deve ser de guerra”, finaliza esse trecho do documento.

A cúpula do G20 reúne os líderes das maiores economias do mundo e conta com a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva — o Brasil assume a presidência do grupo em dezembro.

No entanto, o presidente russo, Vladimir Putin, não está presente em Nova Déli devido a suas preocupações com a guerra e sua segurança pessoal. Ele foi representado por seu ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.

Foto: Getty Images/BBC

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