Gaza: Conselho da ONU aprova resolução que pede pausa humanitária

Publicado em

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou, nesta quarta (15/11), uma resolução para frear a guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas. A votação terminou com o seguinte placar: 12 votos a favor, 3 abstenções e nenhuma posição contra.

A proposição é de autoria da delegação de Malta, país europeu que ocupa uma cadeira no colegiado como membro não permanente. De acordo com o ministro das relações exteriores do país, Ian Borg, o texto busca interromper o sofrimento das crianças que estão em meio ao conflito que ocorre no Oriente Médio.

O texto prevê a aplicação de pausas humanitárias no conflito e o acesso dos civis à ajuda humanitária. Além disso, demanda a “imediata e incondicional libertação de todos os reféns mantidos pelo Hamas e por outros grupos, especialmente das crianças”.

A medida, embora não condene o ataque de 7 de outubro nem a retaliação promovida por Israel à Faixa de Gaza, pede a “libertação imediata e incondicional de todos os reféns” e rejeita o deslocamento forçado de populações civis. Além disso, busca garantir o acesso a suprimentos de primeira necessidade aos palestinos.

“Durante a última semana, a Missão Permanente de Malta na ONU tem trabalhado incansavelmente num projeto de resolução sobre a situação humanitária das crianças em Gaza”, disse o ministro Ian Borg no X (antigo Twitter). “Ouvimos os membros do Conselho e outras partes interessadas para garantir um texto equilibrado e operacional”, completa.

Representante da delegação de Malta, Vanessa Frazier destacou o caráter da resolução em proteção às crianças, destacando que, além dos menores de idade mantidos reféns pelo Hamas, muitas outras seguem sendo vítimas das retaliações feitas por Israel à Faixa de Gaza.

A principal atribuição do conselho é agir em prol da manutenção da paz e da segurança internacionais. Com base nas deliberações, o colegiado pode decidir, por exemplo, ordenar operações militares internacionais, aplicar sanções e criar missões de paz.

O grupo que se absteve, na votação desta quarta-feira (15/11), é formado por Rússia, Estados Unidos da América e Reino Unido. A delegação dos Estados Unidos afirmou que optou pelo posicionamento em razão de uma falta de condenação direta do texto às ações do Hamas e do direito de defesa a ações terrorista.

“O Hamas iniciou esse conflito. Hamas apenas se importa com a morte e a destruição dos israelenses, eles não ligam para a segurança e proteção do povo palestino”, disse a embaixadora Linda Thomas-Greenfield.

A Rússia tentou emplacar uma emenda ao texto apresentado por Malta. A proposta acrescentava à resolução um parágrafo em que pedia “uma trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada, que conduza à cessação das hostilidades”. No entanto, não houve maioria nesse sentido, atingindo apena cinco votos a favor, um contra e nove abstenções.

Participação brasileira

O Brasil esteve na Presidência do Conselho de Segurança da ONU durante o mês de outubro deste ano. A gestão da delegação brasileira foi pautada pela tentativa de acabar com a guerra entre Israel e o grupo extremista Hamas. No entanto, não houve consenso em torno de uma resolução. A delegação da China assumiu a gestão do Conselho em 1º de novembro.

Sob a gestão brasileira, o primeiro texto a ser apreciado e que tratava do conflito foi apresentado pela delegação russa. A proposta pedia um cessar-fogo imediato, mas sem condenar diretamente o grupo extremista Hamas. Com 5 votos a favor, 4 contra e 6 abstenções, o texto não passou.

No mesmo dia, esteve em votação a minuta brasileira. O texto, após dias de negociação e articulação por apoio do maior número de países, garantiu a maioria dos votos, mas o posicionamento contrário dos Estados Unidos minou qualquer aprovação. Como membros permanentes, os norte-americanos têm poder de veto.

Em uma segunda rodada de votações, uma proposta apresentada pelos Estados Unidos esteve na mesa de negociações. O texto, entre outros itens, condenava o Hamas e destacava o direito de autodefesa dos israelenses. A medida asseguraria a Israel a continuidade de bombardeios, mas implementaria pausas humanitárias nos ataques aos território palestino.

O texto recebeu 10 votos a favor, três contra e duas abstenções. Apesar de conquistar a maioria dos países, o veto prevaleceu a partir das posições contrárias da China e da Rússia.

Em seguida, o Conselho de Segurança votou uma medida alternativa, apresentada pela Rússia. Com quatro votos a favor, dois contra e nove abstenções, a proposta também não passou. Ao contrário da minuta americana, o texto defendia cessar-fogo imediato e condenação aos ataques a civis.

O Conselho de Segurança foi instituído no ato da criação da ONU, em 1946. O órgão é composto por 15 membros das nações unidas. São permanentes apenas China, França, Rússia, Reino Unido e Estados Unidos — países que figuraram como os grandes vitoriosos da 2ª Guerra Mundial.

Foto:Michael M. Santiago/Getty Images

*Metrópoles

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Compartilhe

Assine Grátis!

Popular

Relacionandos
Artigos

Abaixo-assinado contra Virginia na Grande Rio ganha apoio de famosa

O mundo do samba ficou em polvorosa, na semana...

Fórum debate impactos da Reforma Tributária na Zona Franca de Manaus

Em sua primeira edição, evento promovido pela FIEAM e...

No Amazonas 93% dos eleitores já estão com o cadastro biométrico regularizado

O uso da tecnologia para o fortalecimento da democracia...

Após morte de enteados em acidente, filha de Mano Menezes faz desabafo

Camilla Menezes, filha do técnico do Grêmio, Mano Menezes,...