O Itamaraty oficializou na edição desta segunda-feira (9) do Diário Oficial da União (DOU) a remoção de Nestor Forster da Embaixada do Brasil em Washington. O diplomata foi indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao cargo e permaneceu alinhado às suas posições durante o mandato.
Também foi oficializada no DOU a remoção de Maria Nazareth Farani Azevêdo do cargo de cônsul-geral do Brasil em Nova York. Ela também havia sido indicada por Bolsonaro à posição. Ambas as portarias foram assinadas pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
Enquanto esteve à frente do cargo, Forster foi categórico ao advogar em favor de Bolsonaro. Ele chegou a enviar cartas ao jornal norte-americano The New York Times defendendo aspectos do governo, como o combate à pandemia, as políticas ambientais e o caráter democrático do mandatário.
Em janeiro de 2022, ele usou suas redes sociais para lamentar a morte de Olavo de Carvalho — um dos expoentes do bolsonarismo. “É uma perda imensurável para o Brasil e todos que o conheceram. Através de sua obra, ele deixa um legado eterno”, escreveu.
Antes da gestão de Bolsonaro, Forster já acumulava experiência em Washington. Ele foi chefe do Setor de Política Comercial da embaixada entre 1992 e 1995 e chefe do Setor Financeiro entre 2003 e 2006. Quando foi indicado pelo ex-presidente, era encarregado de Negócios da embaixada.
Farani Azevêdo, por sua vez, acumulou mais de 20 anos de experiência em Genebra. Foi representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas e outras organizações internacionais e cônsul-geral.
A diplomata ficou conhecida também por discussão que teve, em 2019, com o ex-deputado Jean Willys (PT) na ONU. Ela ainda foi chefe de gabinete do ex-chanceler Celso Amorim, entre 2005 e 2008.
Removidos após atuarem sob Bolsonaro, ambos também exerceram funções diplomáticas para o Brasil durante governos de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A gestão de Lula ainda não indicou quem substituirá os diplomatas. No caso da Embaixada de Washington, a nomeação deve ainda passar pelo Senado Federal.
*CNN Brasil