Governo muda de estratégia e apoia abertura da CPMI dos atos extremistas nesta semana

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Com a divulgação das imagens da invasão ao Palácio do Planalto em 8 de janeiro, que acarretaram na renúncia do ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, Gonçalves Dias, o governo mudou a estratégia em relação à instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos extremistas e quer garantir o comando dos trabalhos. Com o apoio da base, a expectativa é que a leitura do pedido de instalação da comissão seja feita na próxima sessão do Congresso, marcada para quarta-feira (26). 

As gravações mostrando o general Gonçalves Dias andando entre invasores do Palácio do Planalto deu mais sustentação à CPMI, que ganhou novas assinaturas. A última atualização do autor do requerimento, deputado André Fernandes (PL-CE), contabilizava 218 deputados federais e 37 senadores. “A mudança do discurso da base do Lula não nos impõe medo! Vamos para a investigação e não cederemos a presidência e relatoria da comissão”, disse Fernandes. 

Até então, o governo tentava esvaziar o pedido, com negociações para retirada de adesões mirando, sobretudo, o PSD e Republicanos. 

Com a reviravolta, os esforços do Executivo foram direcionados a puxar o comando da comissão para aliados, impedindo que a oposição use o espaço para construir o entendimento de que o governo foi omisso na atuação para impedir os ataques aos prédios públicos por extremistas contrários ao resultado das eleições.

O vice-líder do governo no Congresso, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ), confirmou que o partido tenta impedir que Fernandes não participe da CPMI e sustenta que o deputado cearense é investigado por suspeita de incentivar os atos extremistas. “Essa turma não pode presidir uma comissão parlamentar de inquérito séria”, alegou Farias, confirmando a mudança de estratégia do governo para apoiar a CPMI. 

O presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), confirmou a sessão conjunta do Senado e da Câmara para esta semana depois de um adiamento em 18 de abril a pedido das lideranças do governo. “O direito da minoria de se ter uma Comissão Parlamentar de Inquérito será garantido. O direito da maioria de se fazer presente numa sessão do Congresso e de se comprometer com o quórum também será garantido. De nada adiantaria fazermos uma sessão sem a presença maciça da maioria”, disse Pacheco. 

A justificativa do governo, na ocasião, foi incluir a votação do crédito que vai ajudar a bancar o piso salarial da enfermagem. Esse tema, no entanto, ainda precisa ser aprovado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO), que tem uma reunião marcada para esta terça-feira (25). Na pauta, está esse projeto e outros que preveem liberação de créditos. Caso não sejam aprovados no colegiado, há a possibilidade de um novo adiamento da sessão do Congresso. 

*R7

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