Os petroleiros da Petrobras deram início a uma greve de 24 horas nesta quarta-feira (26). Os trabalhadores protestam por problemas de diálogo com a presidência da companhia, ocupada por Magda Chambriard, e fazem reivindicações relacionadas à remuneração e ao modelo de trabalho remoto.
Em um manifesto em que informam sobre a greve, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) afirmam ser “incompreensível a forma autoritária e a volta à cultura do medo na Petrobras que a gestão Magda vem tentando impor à categoria petroleira” quando os sindicatos tentam negociar com a presidência.
Entre as reivindicações, as federações destacam:
- a defesa do teletrabalho, com cancelamento do cronograma de volta ao escritório elaborado pela companhia e uma renegociação dos termos;
- o pagamento da Participação de Lucros e Resultados (PLR) nos valores já anunciados pela empresa, que quer reduzir o percentual de distribuição de lucros para os trabalhadores;
- o fim dos Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) na Petros;
- a criação de um plano único e melhorado para o crescimento de cargos, carreira e salário;
- a reposição do efetivo de trabalhadores na companhia;
- a adoção de medidas de segurança para evitar acidentes, mortes e adoecimento, além de acabar com a diferenciação entre trabalhadores.
O g1 questionou a Petrobras sobre qual o posicionamento da companhia em relação à greve e quais áreas do negócio foram afetadas, mas não teve retorno até a última atualização desta matéria.
O manifesto pontua que a gestão de Magda Chambriard adotou uma “postura desrespeitosa” no debate com as organizações de funcionários, anunciando propostas diretamente aos trabalhadores de base e dificultando o diálogo com os sindicatos.
“Foi assim, por exemplo, na implementação do VR/VA [vale refeição e vale alimentação], com a divulgação de uma proposta feita diretamente aos trabalhadores nas bases e que, quando os sindicatos tentam abrir o processo negocial, a empresa oficializa a proposta como algo imutável, ‘aceita-se ou não'”.
Segundo as federações, “a mesma postura” foi adotada nas negociações sobre teletrabalho. O manifesto diz que a “situação se agravou com a ameaça da gestão de que, caso a proposta não seja aceita coletivamente, irá piorar ainda mais, já com um calendário de implementação e abertura de termo de adesão individual”.
“E ainda temos o caso da PLR, onde fomos ludibriados em relação ao resultado concreto da regra apresentada, sendo que apenas um lado da mesa possuía os dados precisos da companhia”, afirmam as federações. “Isso não é negociação, é desrespeito às históricas lutas e conquistas do movimento sindical”.
A PLR (ou remuneração variável) é um pagamento adicional ao salário de cada funcionário e seu valor depende do desempenho da companhia e/ou do funcionário.
As federações alegam que, em uma simulação feita em dezembro de 2024, a Petrobras apresentou um valor a ser destinado para a PLR dos funcionários. Em 2025, no entanto, a empresa quer reduzir esse montante em 31%, “enquanto 207% dos lucros são repassados aos acionistas”.
Fonte: G1/Foto: Rafa Pereira/Petrobras