Diante da possibilidade de uma seca severa nos rios do Amazonas este ano, o Grupo Chibatão anunciou um plano para transportar parte do seu porto, que opera em Manaus, para uma localização entre o rio Amazonas e a enseada do rio Madeira. A decisão, anunciada nesta quarta-feira (24), faz parte de um esforço do setor privado para lidar com a baixa nos níveis de água nos rios amazônicos, em parceria com o Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM).
O porto provisório será instalado a partir do deslocamento de uma estrutura de 180 metros de comprimento por 24 metros de largura até um trecho entre o rio Amazonas e a enseada do rio Madeira, localizado a 10 milhas descendo a Foz do Madeira e a 20 milhas de Itacoatiara. Esta nova instalação permitirá o transbordo de cargas de contêineres de navios para balsas, facilitando a logística portuária durante o período de seca.
Segundo Jhony Fidelis, Diretor Executivo Geral do Grupo Chibatão, a operação tem dois objetivos principais: aliviar o peso dos navios para permitir sua passagem até Manaus e garantir a continuidade do transporte por balsas caso a profundidade do rio seja insuficiente para a navegação de grandes embarcações. O tempo estimado para o deslocamento entre Manaus e o porto provisório é de cerca de 12 horas.
O projeto está sendo monitorado por várias autoridades, incluindo a Marinha do Brasil e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), com suporte do Governo do Amazonas. Dada a natureza emergencial do plano, as autorizações para instalação têm sido agilizadas pelos órgãos competentes. “Esta é uma medida necessária para garantir a continuidade das operações portuárias no Amazonas durante um período de seca potencialmente crítico”, afirmou Fidelis.
O porto provisório deve funcionar 24 horas por dia para transbordo de cargas, embora a atracação e desatracação sejam permitidas apenas durante o dia. O Grupo Chibatão ainda não definiu os valores para a operação comercial, mas a estrutura deve estar disponível entre setembro e dezembro deste ano. A previsão é que a instalação do porto leve aproximadamente um mês para ser concluída.
Com esse projeto, o Grupo Chibatão e seus parceiros esperam garantir a continuidade do tráfego de cargas e minimizar os impactos logísticos decorrentes de uma possível baixa nos níveis dos rios. A medida é vista como uma solução inovadora para um problema recorrente no Amazonas, que deve ser cada vez mais frequente devido às mudanças climáticas e ao desmatamento.
Especialistas acreditam que essa iniciativa pode servir como modelo para outras regiões afetadas por condições climáticas extremas, destacando a importância da adaptabilidade e do planejamento estratégico para superar desafios ambientais. No entanto, o sucesso do projeto depende de uma coordenação cuidadosa entre setor privado e público para assegurar a segurança e a eficiência das operações.
Foto: Divulgação/ *AM Post