Integrantes do MST desocupam área invadida de empresa de celulose na Bahia

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Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desocuparam, nesta terça-feira (7), uma área da empresa Suzano Papel e Celulose, invadida na cidade de Mucuri, no extremo sul da Bahia. A fazenda, que fica na BA-698, estava ocupada desde a última semana.

De acordo com a Polícia Militar, a desocupação aconteceu por volta das 8h, de forma pacífica. Cerca de 80 famílias que estavam no local foram para um assentamento próximo da área invadida.

Integrantes do MST desocupam área invadida de empresa de celulose na Bahia — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz
Integrantes do MST desocupam área invadida de empresa de celulose na Bahia — Foto: Reprodução/TV Santa Cruz

Outras duas áreas da empresa Suzano Papel e Celulose, em Teixeira de Freitas e Caravelas foram invadidas pelo grupo. A Justiça já determinou a desocupação dos locais. No entanto, o MST informou que ainda não foi informada sobre a decisão relacionada a Caravelas.

O Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) tinha determinado a desocupação da fazenda de Mucuri, no dia 28 de fevereiro, sob pena de 5 mil por dia em caso de descumprimento, além de autorizar o uso da força policial, caso houvesse necessidade.

Justiça determina desocupação de todas as áreas de empresa de celulose invadidas pelo MST na Bahia — Foto: Divulgação/MST
Justiça determina desocupação de todas as áreas de empresa de celulose invadidas pelo MST na Bahia — Foto: Divulgação/MST

Segundo o MST, as ocupações são para denunciar a atuação da empresa Suzano Papel e Celulose na região e também cobrar um acordo firmado em 2015 que não teria sido totalmente cumprido. Esse acordo, de acordo com o MST, envolve o assentamento de famílias.

Ainda de acordo com o movimento, foram montadas nos acampamentos a estrutura com lona, barracões, cozinha e setor de atendimento de saúde. Desde que chegaram nas áreas, os acampados derrubam eucaliptos e, após a retirada, plantam árvores nativas e frutíferas, como mangueiras e goiabeiras.

Desocupação em Jacobina

Barracas dos integrantes do MST foram destruídas durante a ação — Foto: TV Santa Cruz
Barracas dos integrantes do MST foram destruídas durante a ação — Foto: TV Santa Cruz

Após um confronto com proprietários de terras e pessoas da comunidade, os integrantes do MST desocuparam, na sexta-feira (3), a Fazenda Limoeiro, na zona rural de Itaitu, em Jacobina, no norte da Bahia. A Polícia Militar (PM) foi acionada e disparou tiros de bala de borracha para conter a confusão.

Durante a ação, as barracas dos integrantes foram destruídas. A ocupação começou na segunda-feira (27), com a justificativa de que os 1.700 hectares da propriedade estariam improdutivos.

Em conversa ao g1, o MST classificou a ação como violenta e que foi colocada em risco a vida das pessoas. O movimento informou ainda que a fazenda está abandonada há mais de 15 anos.

Por meio de nota, a PM informou que policiais foram acionados para cumprir um mandado de reintegração de posse da fazenda. No local, teriam sido identificados alguns manifestantes e suas respectivas lideranças. A PM teria realizado a mediação do conflito e os invasores do terreno saíram de maneira espontânea. Guarnições da corporação permanecem no local.

Caso

Justiça determina desocupação de área de empresa de celulose invadida pelo MST na BA — Foto: Divulgação/MST
Justiça determina desocupação de área de empresa de celulose invadida pelo MST na BA — Foto: Divulgação/MST

Os integrantes do MST invadiram áreas da empresa em Caravelas, Teixeira de Freitas e Mucuri, cidades do extremo sul da Bahia, na madrugada do dia 27 de fevereiro.

Em nota, a Suzano Papel e Celulose informou que não vê legalidade na invasão, que as demais ações estão em análise e a companhia espera receber a mesma determinação de reintegração de posse nos próximos dias.

A Suzano assegurou que gera na região aproximadamente sete mil empregos diretos, mais de 20 mil postos de trabalho indiretos e beneficia cerca de 37 mil pessoas pelo efeito renda.  

De acordo com representantes do MST, a ação teve início com 1.550 pessoas e o objetivo seria denunciar o crescimento das monoculturas na região, como a do eucalipto. Segundo eles, a plantação tem provocado êxodo rural e causado problemas hídricos.

Além disso, os integrantes são contra os agrotóxicos que, segundo eles, são usados pela empresa. O uso do pesticida seria responsável por prejudicar as áreas cultivadas pelas famílias camponesas.

Também em nota, a Suzano informou que cumpre integralmente as legislações ambientais e trabalhistas nas áreas em que mantêm operações. A empresa reconhece a relevância da sua presença nas áreas onde atua e reforça seu compromisso por manter um diálogo aberto e transparente, de maneira amigável e equilibrada. 

Somente em seus projetos sociais, programas e iniciativas na região, a empresa alcançou mais de 52 mil participantes diretos e indiretos, em 82 comunidades e mais cinco sedes municipais, com um investimento de mais de R$ 10,3 milhões em 2022. 

*g1

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