João Chianca luta para superar sequela de acidente e revela: “Minha perna esquerda sofreu bastante”

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Todo dia é dia de melhorar alguma coisa. Essa tem sido o lema de João Chianca, o Chumbinho, desde que recebeu alta do hospital em dezembro para iniciar o processo de recuperação no Brasil. Quatro meses após o grave acidente em Pipeline, o surfista ainda sente algumas sequelas, em especial na perna esquerda. Ainda sem data para voltar a competir, Chumbinho crava que estará nas Olimpíadas de Paris, em julho. Em conversa com o Esporte Espetacular, o surfista natural de Saquarema-RJ deu detalhes da sua recuperação e contou que não lembra nada do acidente.

Ainda dividido entre os treinos e as sessões de fisioterapia, Chianca vem travando batalhas diárias consigo mesmo. Segundo o atleta, os quatro meses desde o acidente foram de algumas perdas e muitos ganhos. O lado esquerdo do corpo do surfista foi a parte mais afetada pela pancada na cabeça. Ele também chegou a perder o paladar num primeiro momento.

– Como eu tive uma lesão na cabeça, o meu lado esquerdo foi afetado e a minha perna esquerda sofreu bastante. Não sei exatamente o problema, o neurônio que foi afetado, mas eu perdi bastante força. Hoje em dia consegui recuperar 90% do que a direita é. Mas, se você for chato nesses detalhes de estabilidade, força e potência, você vai sentir a diferença – comentou João Chianca.

Atualmente com 23 anos, Chumbinho foca todas as suas expectativas nas Olimpíadas de Paris 2024, em julho. Ausente das primeiras etapas do Circuito Mundial, ele crava que estará 100% recuperado no meio do ano para buscar uma medalha em Teahupoo, no Taiti, palco do surfe olímpico.

– No início desse ano, eu tinha vontade de estar no Circuito Mundial. Como não pude, essa vontade foi transferida para os Jogos Olímpicos. Cada vez eu quero mais ser um medalhista olímpico, cada dia eu quero mais ir bem nessa Olimpíada, então meus dias estão sendo diferentes do que a gente imaginou lá atrás – comentou.

Sobre o grave acidente, Chumbinho não guarda nenhuma memória. Acredita que pode ser até uma defesa inconsciente. Mas 20 dias depois o surfista já estava iniciando o tratamento de recuperação e fortalecimento do corpo, especialmente do lado esquerdo.

– Do acidente eu não lembro de nada. Não me lembro de quando eu caí da onda nem quando eu fui retirado da água. Não me recordo nem dos meus cinco primeiros dias no hospital, sendo que eu acordei lá pelo segundo dia e meio. Não tenho memórias fixas, nem embaçadas das coisas que aconteceram. Talvez seja até melhor assim, não lembrar de algo que foi duro para a gente. Pode ser uma defesa natural do corpo para a gente só tirar a experiência por fora, de maneira superficial – comentou.

Quarto lugar no Circuito Mundial 2023, João Chianca reconhece que a classificação olímpica era um sonho distante até o início do ano passado. Depois de assistir às Olimpíadas de Tóquio, em 2021, de casa, ele afirma que jamais poderia imaginar que seria um dos representantes do Brasil nos Jogos seguintes.

– Em 2021 eu não era nem de longe o surfista que eu sou hoje em dia. Posso falar isso com todas as palavras do mundo. Eu via esses caras como o topo da Torre Eiffel. O Italo, o Gabriel… São todos heróis. Uma pena o Gabriel não ter conseguido ser o melhor surfista olímpico, pela história dele. E é incrível como o mundo dá reviravolta e agora sou um surfista que pode estar disputando a medalha olímpica com os nossos heróis – frisou.

Esperançoso na sua recuperação, Chianca também ressaltou a felicidade de poder competir nas Olimpíadas ao lado da namorada Luana Silva, que conquistou uma das vagas em disputa no ISA Games.

– Eu e a Luana, realmente é um sonho realizado. A Luana batalhou muito pela vaga na elite em 2023. Ela me acompanhou em algumas etapas do Circuito Mundial ali, ela que já foi surfista do Circuito. Infelizmente, a Luana ainda não fazia parte disso tudo, mas ela acabou conseguindo a vaga no fim do ano. Depois veio a classificação às Olimpíadas nos Jogos do ISA. A Luana me ajudou muito desde o acidente. A lesão aconteceu na casa dela, no Havaí, porque ela surfa lá. Ela estava num campeonato e foi para lá ficar comigo no hospital. O apoio moral dela me ajudou muito, então espero retribuir isso da melhor forma ao longo desse ano – frisou.

Por fim, o surfista ressalta que esse longo processo de lesão e recuperação o transformou numa outra pessoa.

– Esse processo me trouxe uma oportunidade diária de ser uma pessoa que eu não conhecia. Quando falo disso, é sobre evoluir diariamente, tendo uma paciência que eu nunca tive. Hoje posso olhar as coisas e saber quando não estou no melhor. Então tenho que baixar a guarda para voltar no outro dia tentando melhorar nem que seja 1% ou 0,1%. É como se você criasse várias versões de você mesmo. Nada como um dia após o outro. Esses altos e baixos mudaram a minha forma de ser e hoje posso dizer que sou um ser humano melhor – finalizou.

Fonte: Globo Esporte/Foto: Reprodução/Instagram

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