Início Saúde Justiça determina que Saúde repasse R$ 55 milhões para o Hospital São...

Justiça determina que Saúde repasse R$ 55 milhões para o Hospital São Paulo

0

A Justiça Federal determinou que o Ministério da Saúde retome os repasses do Programa de Reestruturação dos Hospitais Universitários (Rehuf) ao Hospital São Paulo, ligado à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). A verba está bloqueada desde 2017 e o pagamento deve ser retroativo aos anos anteriores.

Na sentença, a 2ª Vara Cível entendeu que a suspensão dos repasses é ilegal e determinou que o governo federal envie, em 15 dias, R$ 55,3 milhões do Rehuf ao Hospital São Paulo. O valor é referente aos anos de 2018 e 2019, já que a verba de 2017 foi paga em abril de 2020. Ainda cabe recurso por parte do Ministério da Saúde. A ação civil pública foi proposta pelo Ministério Público Federal (MPF).

Em nota, a universidade disse que desde 2017 “vem atuando fortemente junto ao Ministério da Saúde, ao Ministério da Educação e à Advocacia-Geral da União para o restabelecimento dos recursos”. A Unifesp destacou a importância do Rehuf para as ações acadêmicas e assistenciais do Hospital Universitário. Procurado, o Ministério da Saúde ainda não se manifestou.

Em 2017, a reitoria da Unifesp recebeu um ofício do Ministério da Saúde comunicando sobre o iminente corte do Rehuf. A pasta alegava que a Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), mantenedora do hospital, é uma entidade filantrópica. Por isso, o hospital seria filantrópico e não de ensino.

A então reitora Soraya Smaili disse em entrevista ao Estadão em abril de 2017 que o corte era “absurdo”. Cerca de duas semanas depois, em 11 de maio, o ministério confirmou a suspensão do repasse. “A unidade optou por ser classificada como filantrópica Desde a mudança, passou a receber os benefícios dessa categoria”, disse o órgão.

O ministro da Saúde da época, Ricardo Barros, chegou a se pronunciar sobre o assunto dias após o corte. Ele afirmava não ser possível acumular o Cebas e o Rehuf. “A interpretação da controladoria do Ministério da Saúde é que não é possível compatibilizar os dois benefícios: o Cebas e o Rehuf em uma única instituição hospitalar. A SPDM [gestora do HSP] tem o Cebas e o hospital tem o Rehuf”, disse o ministro em entrevista à Agência Brasil.

Dificuldades financeiras

Antes mesmo da suspensão da verba o hospital já enfrentava problemas financeiros. Semanas antes do corte do Rehuf, o HSP tinha restringido o atendimento a pacientes e suspendido cirurgias eletivas.

Em fevereiro deste ano, cerca de 600 residentes do Hospital São Paulo entraram em greve contra más condições de trabalho e contra a falta de insumos básicos para atendimento dos pacientes Parte deles chegou a fazer protestos em frente ao local.

Na época, o Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) mencionou que faltava álcool, seringa, sonda, gaze e luva no hospital, além de exames como hemograma e sorologia. Medicamentos como omeprazol e buscopan composto também estavam em falta.

O HSP é um dos três principais centros médicos de alta complexidade da capital, ao lado do Hospital das Clínicas e da Santa Casa. A unidade, na zona sul, cobre uma área de mais de 5 milhões de habitantes.

*Estadão Conteúdos

SEM COMENTÁRIOS

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Sair da versão mobile

Last Updated on 22 de julho de 2021 by Graziela Pinheiro