“Assim, a esperança do ímpio é como poeira levada ao vento (..). Mas, os justos viverão eternamente (…). Por armadura tomará seu zelo cioso e armará as criaturas para se vingar de seus inimigos (…)”. (Sab 5:16,17). Na Roma antiga, as ruas ecoavam as vozes dos cidadãos e os governantes ouviam. Na “Queda da Bastilha”, em 1789, uma das manifestações populares mais famosas da Era Moderna, um banho de sangue culminou na queda da monarquia francesa. Há pouco dias, o Brasil e o mundo assistiram aos manifestantes, em Brasília, invadirem os prédios dos Três Poderes, numa manifestação popular nunca vista na história do país. Na mesma ocasião, um coronel falou o “bicho” dos generais e das Forças Armadas, num vídeo que viralizou. Os manifestantes, agora, estão sendo processados por crimes vários, fora o desalento e o constrangimento de ser tratado quase como “gado na fila do abate”. Há os que compararam esse episódio com as filas dos judeus em “Auschwitz”, em 1944. O coronel revoltado, que corre o risco de perder a patente, está sendo indiciado por ordem do general Comandante Militar do Planalto, talvez atendendo a algum pedido. Sabendo que poderão ser presos e colocados na tal “fila”, agora, os demais manifestantes estão com a “orelha em pé”. E os outros oficiais das Forças Armadas (da Ativa e da Reserva) que tiverem as suas “queixas” deverão pensar “duas vezes” antes de “abrir a boca”. Exageros dos dois lados, dos manifestantes e dos “donos da lei”? Será que alguém “cutucou a onça com vara curta”?”. Dizem, que “remédio em exagero vira veneno”. Só o tempo dirá. O Adélio Bispo, chamado por muitos de “lobo solitário”, deu uma “facada histórica” e saiu de cena protegido pelos Direitos Humanos e por um diagnóstico de “loucura” que lhe permitiu uma prisão diferenciada. Todos os citados, tanto os manifestantes, como o coronel de Brasília, como o Adélio Bispo foram acusados de cometer crimes. A diferença é que os manifestantes e o coronel, em princípio, não “planejaram” as suas ações e agiram pelo ímpeto, pela revolta provocada pela insatisfação política. A maioria dos “lobos solitários”, historicamente, planeja as suas principais ações, treinam seus movimentos mais importantes e, normalmente, financiam seus gastos pessoais e operacionais. No caso de Lee Harvey Oswald, assassino do presidente americano John F. Kennedy, a Comissão Warren, em 1964, concluiu que ele agiu sozinho. Talvez, a insensatez do coronel de Brasília, que entrou no “bolo” dos descontentes, o tenha escalado como “boi de piranha” para o “povo manifestante” levar uma surra de “vara de marmelo” para nunca mais esquecer. Sobrou “aos de fora”, parte do povo e empresários, computarem os possíveis prejuízos e, talvez, reavaliar os “riscos” de colocar “a cara à tapa”. Pois, não há mais o “fantasioso” respaldo daqueles da “esperança vazia”, que preferiram tomar “chá de erva-doce” e se alimentar de “canja-de-galinha”. GATO ESCALDADO TEM MEDO DE ÁGUA FRIA OU A “ONÇA CUTUCADA” VAI BEBER ÁGUA?
*Por: Elias do Brasil / escritor e historiador, membro do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB) e articulista.