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O jovem general; a carta

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Madrugada de segunda-feira, poucas horas antes da reunião com o Estado Maior e comandantes de Unidades da Brigada. No escritório da casa do general. “Minha adorada esposa, Denise. Meu amor. Não me despeço porque jamais nos separaremos. Nossas almas estão unidas para sempre. Quando te vi pela primeira vez, tu com doze anos e eu com quinze, meu coração passou a te pertencer. Na Vila Militar os nossos pais viviam, o seu pai, um capitão e o meu, major. Na sua família, de bisavô a pai, todos foram militares. Na minha família, meu tataravô foi sargento-mor de D. João VI. O Exército nos é tão íntimo que se tornou o nosso universo, nossas vidas. Aos dezessete anos, eu na Escola Preparatória, levei uma “bronca” da sua mãe por ter demorado tanto a te pedir em namoro. Todos sabiam há muito tempo do nosso amor. Dali, para o casório logo após o “aspirantado” na AMAN, foi tudo tão rápido. Tenente de Cavalaria! Cavalgávamos juntos, sempre, em todos os quartéis onde servi. Um casal de filhos, todos cavalgavam desde pequenos. Depois capitão na Escola de Aperfeiçoamento e, quase em seguida, trocamos os pampas pela Praia Vermelha, no Rio de Janeiro. Na madrugada adentro, nos estudos da Escola de Estado-Maior, o chimarrão vinha quentinho das suas mãos carinhosas e atentas. Tu só dormias quando eu “desmaiava” no meio dos livros. Primeiro lugar em todos os cursos. “Tri coroado”, três medalhas marechal Hermes. Tu sempre comigo, nas lágrimas e nos sorrisos. Agora sou general. Sem nossos filhos, formados e casados e distantes, restou nós para nós, como no início. Saio daqui a pouco para, de fato, cumprir a promessa de dar a minha vida à Pátria. Tão simples de prometer, talvez, e tão difícil de cumprir. Das nossas conversas, recordarás de tudo agora. Tu me conheces mais do que eu mesmo me conheço. Decidi lutar pela minha Pátria, pelo meu povo. Decisão pessoal. Meus chefes nem imaginam o que farei daqui a pouco. A Brigada está toda “pronta para combater”. Vamos combater! Partiremos daqui dos rincões do Brasil, como nossos antepassados, e seguiremos em frente, rumo à liberdade! Hoje, falam dos generais do Exército, como se fala de “banana” na feira. Perdemos o prestígio, talvez. Sou o que sou, um soldado patriota que ama o meu país e o meu povo. Quando sairmos para luta, outras Brigadas virão, tenho certeza. Mas, eu não preciso de certezas. O exemplo contamina. A História nos ensina isso. Deixei pessoas de confiança para cuidarem de ti e de tudo por aqui. Fique com Deus. Te amo, amor da minha vida”. Ainda na reunião, o general se levanta e vai ao seu gabinete. Ele entra e fica ouvindo seus oficiais por trás da porta. Precisa saber se estavam realmente prontos. Do lado de fora, o coronel Chefe-do-Estado-Maior (CHEM) dá um soco na mesa e solta um palavrão. Está lívido. “Covarde do c…!”. Ele observa os coronéis comandantes à sua frente e nota a decepção no rosto de cada um. Qual o limite de um homem? Qual o limite de um comandante? Um tiro no gabinete do general rompe a perplexidade geral. Todos se levantam e correm na direção do gabinete. O coronel “CHEM” empurra violentamente a porta e se depara com o general, em pé e a pistola na mão. “Me desculpem, eu disparei a arma sem querer. Fui retirar do coldre e disparei”. Em seguida, olha em volta e vê os rostos assustados. “Eu ouvi vocês por trás da porta, ouvi os xingamentos e a decepção no som das vozes. Eu precisava ouvir isso, não queria sorrisos “amarelos” e nem alguém cumprindo as minhas ordens, simplesmente. Eu desejo os meus “soldados” comigo. Então, junto com as minhas desculpas lhes afirmo que nada mudou. Vamos colocar a Brigada em movimento! Vamos lutar, meus irmãos!”. Os semblantes dos coronéis se iluminam, os pulmões soltam os ares de preocupação e aspiram ares de liberdade! De repente, um tiro atinge o general no meio do peito e ele cai para trás, aparentemente fulminado. À retaguarda do grupo, o coronel comandante de uma das Unidades da Brigada, ainda está com a pistola apontada para o general. Mas, não consegue dar o segundo tiro. Outros três tiros o atingem quase ao mesmo tempo.

Por: Elias do Brasil / escritor e historiador, membro do Instituto de Geografia e História Militar do Brasil (IGHMB) e articulista.

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