Mais de 3,5 milhões de motoristas não atenderam aos pedidos de recall e correm sérios riscos

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Uma batida entre dois carros ocorreu em um cruzamento em Rio Verde (GO). Segundo a polícia, impacto leve. Mas um dos motoristas morreu atingido por uma peça do airbag, a perícia concluiu que a bolsa de proteção se abriu lançando o objeto a mais de 300 quilômetros por hora.

Em Aparecida de Goiânia (GO), a mesma peça matou outro motorista.

“Nas vítimas havia lesões que indicavam, eram similares – inclusive – as lesões por arma de fogo, uma vez que esse componente do airbag, nos dois episódios, tem dimensões muito similares a um projétil de arma de fogo”, comenta Ricardo Matos, superintendente da Polícia Científica de Goiás.

Nos dois casos, a montadora já tinha emitido alerta sobre a necessidade da troca da peça, mas, o reparo não foi feito.

Os números da Secretaria Nacional de Trânsito revelam um dado muito preocupante: mais de 3,5 milhões de veículos estão circulando pelas ruas, avenidas e rodovias do país com algum tipo de defeito de fábrica. Sem atender ao chamado de recall, esses motoristas estão sujeitos a acidentes.

O Júlio recebeu uma carta com o aviso de recall e trouxe o carro na concessionária.

“Segurança para gente, para o veículo, a gente tem criança também, né, por causa disso, por causa da segurança”, comenta Júlio Alves de Oliveira, vendedor.

Já o Hudson ficou sabendo do chamado pelo aplicativo da carteira de habilitação.

“É algo que preocupa porque isso pode interferir no funcionamento do carro, talvez não agora, mas pode ocasionar um defeito maior como também o principal: eu estar com a minha família e o carro acontecer de dar esse defeito e acontecer um acidente trágico”, aponta Hudson Fabrício Glória, servidor público.

 

Os alertas sobre a necessidade de reparos também estão disponíveis no site da Secretaria Nacional de Trânsito, basta digitar a placa ou o número do chassi. Por lei, veículos com recall pendente, há mais de um ano, não podem circular.

O proprietário tem 12 meses para atender ao chamado da montadora. Caso contrário, não consegue emitir o licenciamento anual.

“Hoje os carros têm muitos itens de segurança como airbag, freio ABS e, a partir do momento que o fabricante identificou que tem algum problema técnico em qualquer peça, ele pede para vir substituir. Não vai custar nada, o recall é de graça, ele é coberto pelo fabricante daquela marca, então não deixe de fazer o recall achando que vai ser cobrado. Não vai ser cobrado”, diz Gilberto de Brito Santos, engenheiro mecânico da concessionária.

*G1/Foto: Repordução 

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