Manaus está no topo das cidades brasileiras que mais cresceram entre 2010 e 2022. O município viu um aumento de 261.533 habitantes, chegando ao total de 2,61 milhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (28) pelo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O ‘crescimento absoluto’ leva em consideração o número real de novos habitantes em uma cidade. Logo após a capital amazonense está Brasília (DF), que registrou 246.908 novos moradores. Em seguida, vem São Paulo – SP (197.742) e Sorocaba – SP (136.949).
Apesar do crescimento populacional de 14,5%, Manaus se mantém como a sétima cidade com o maior número de habitantes do país, a mesma posição do Censo de 2010. O primeiro lugar continua com São Paulo (11,4 milhões de habitantes) e o segundo com o Rio de Janeiro (6,2 milhões).
Manaus também continua sendo a capital mais populosa da região Norte do Brasil. Belém (PA) vem em segundo lugar, com 1,3 milhões de habitantes.
Em todo o Amazonas, a população foi estimada em 3,94 milhões de pessoas, crescimento de 1,03% ao ano desde 2010 (antes eram 3,48 milhões). O estado é o 14º mais populoso do Brasil. Os primeiros lugares ficam com São Paulo (44,4 milhões) e Minas Gerais (20,5 milhões).
‘Cidade-cérebro’
Doutor em Geografia Humana, Marcos Castro avalia que o crescimento populacional da capital está relacionado a dois fatores: o aumento natural da população (nascidos) e a força histórica da cidade de atrair novos moradores.”Esse resultado do censo é o reflexo da vasta extensão territorial a qual ela comanda. Manaus comanda toda a Amazônia Ocidental, tem um poder muito grande de centralização no nível político, cultural e econômico, sobretudo”, diz.
Ele ressalta que cidades com essa concentração de influência sobre a região, como é o caso de Manaus, são chamadas de ‘metrópoles macrocéfalas’ na geografia.”É uma grande cabeça comandando um território cujo significado econômico e demográfico é menor que o dela, ou seja, é uma contradição, pois comanda essa área, mas concentra em si mesma os maiores recursos, o volume demográfico. E isso é histórico em Manaus, desde a época da borracha e depois com a Zona Franca”, afirma o geógrafo.
Censo
Recenseadores visitaram 1,3 milhão de domicílios entre 1º de agosto de 2022 e 28 de maio deste ano, no Amazonas. Em Manaus, foram 737.885 casas. Em razão de ausência do morador ou recusa, o IBGE não conseguiu entrar em 18.119 domicílios amazonenses, o que representa 2,73% do total de residências ocupadas.
“Os recenseadores visitaram os domicílios em cada canto do estado, tanto na zona urbana como rural. Por meio de GPS, podemos acompanhar o percurso que eles fizeram e saber com precisão cada casa que realizaram entrevistas. As tecnologias e metodologia aplicadas nos permitem entregar um censo muito bem executado”, diz o superintendente do IBGE no Amazonas, José Ilcleson.
Foto:Divulgação/IBGE
*A crítica