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Manaus tem as escolas mais quentes entre as capitais, mostra estudo

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Manaus lidera o ranking das cidades com maior quantidade de escolas situadas em áreas com temperatura pelo menos 1°C superior à média da capital, de 32ºC. Em 2023, 97% das escolas em Manaus se encontravam nessa condição.

Colégios com ambiente quente foram identificados pela pesquisa sobre temperatura escolas de educação infantil e ensino fundamental em capitais brasileiras divulgada pelo Mapbiomas. Conforme o estudo, a Região Norte concentra o maior número de escolas em áreas mais quentes do que a média do perímetro urbano onde estão localizadas.

Foram mapeadas em Manaus 736 estabelecimentos, das quais 718 estão em áreas com temperatura superior a 1 °C em relação à média. Aproximadamente 64% das escolas de ensino infantil e fundamental nas capitais brasileiras estão nessa condição. O MapBiomas não relaciona os locais no estudo.

Manaus (97%), Macapá (93%) e Palmas (91,5%) apresentaram os maiores percentuais de escolas em áreas com temperaturas acima da média local. A exceção foi Belém, que registrou o menor percentual entre as capitais, com 33,2% das escolas em locais mais quentes.

“A falta de vegetação em uma grande proporção das escolas brasileiras é um reflexo direto dos problemas de infraestrutura que essas instituições enfrentam. A vegetação é crucial não apenas para a estética e o conforto visual, mas também para a regulação térmica dos ambientes, sendo uma possível estratégia local de adaptação às mudanças climáticas pelas escolas”, cita o estudo.

Nas capitais da Amazônia, das 2.372 escolas, 77% estão localizadas em áreas com temperatura pelo menos 1 °C acima da média do perímetro urbano. São 1.838 colégios nessa condição. “Espera-se que esta base de dados seja útil para o trabalho de analistas e tomadores de decisões sobre a necessidade de evolução das políticas públicas para melhor qualidade de vida e acesso à natureza nas escolas brasileiras”, diz trecho da pesquisa .

Áreas verdes

O estudo constatou que nas escolas mapeadas, apenas 26,6% da área ocupada é coberta por vegetação. Ao observar as áreas que cercam as escolas, o estudo revela que em todo o país apenas 1,9% dos espaços de até 500 metros das instituições são praças e parques.

Capitais do Norte também tiveram o pior desempenho neste quesito. Porto Velho (0,6%) e Macapá (1,2%) apresentando as menores proporções de parques e praças nas proximidades das escolas.

“É importante dizer que a ausência de vegetação nas escolas se somam a outros problemas estruturais e juntos, podem ter impacto negativo no conforto térmico enfrentado pelos estudantes. Por exemplo, segundo o Censo Escolar de 2022, realizado pelo INEP, cerca de 70% das escolas públicas em todo o Brasil também não são climatizadas”, informa o MapBiomas.

Manaus possui 1,6% de cobertura por praças e parques no entorno de escolas a uma distância entre 500 e 1.000 metros. Brasília e Porto Alegre possuem a maior proporção, com 5,9% e 3,5%, respectivamente. Porto Velho e Macapá registram a menor cobertura, com 0,6% e 1,2%, respectivamente.

Favelas

Manaus também se destaca como a capital com mais escolas de ensino infantil e fundamental localizadas em favelas. Das 736 mapeadas, 392 (53%) estão nesses aglomerados urbanos. Belém aparece em segundo lugar, com 41,44%, e Salvador, com 39,68%, aparece em terceiro. Boa Vista é onde não há escolas em favelas.

O estudo mostra que 11,3% das escolas nas capitais brasileiras estão em favelas, com 32,8% delas nas capitais da Amazônia. No Cerrado essa proporção é de 4,2%. Na Amazônia, a relação é 3 vezes superior ao Pampa, segundo bioma no ranking, com 12,4%.

Área de risco

O levantamento cita que 6,7% das escolas mapeadas estão situadas em alguma área de risco identificada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Entre as escolas de ensino infantil e fundamental em capitais da Mata Atlântica, 9,3% estão em locais mapeados como áreas de risco a desastres naturais (inundação, movimentos de massa e enxurradas).

“Visando complementar os dados fornecidos pelo INEP, foi feito o levantamento das áreas verdes existentes dentro dos limites das escolas de educação infantil e ensino fundamental para todas as capitais brasileiras, configurando um universo de 20.635 unidades escolares mapeadas”, cita trecho do estudo.

Fonte: Amazonas Atual/Foto: Marcio James/Semcom

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