Uma estrada serpenteia a entrada de uma mansão com vista para o mar, entre o gramado bem cuidado e uma piscina de azulejos: o luxo da residência de verão do presidente sírio deposto, Bashar al-Assad, em Latakia, principal porto do país no Mediterrâneo, vem gerando revolta.
Mudar foi uma das pessoas que visitou o local neste domingo (15) “para ver com os próprios olhos” como o ditador vivia “quando as pessoas nem sequer tinham energia elétrica”, afirmou diante das janelas da enorme sala de mármore branco.
“Pensar que gastava todo esse dinheiro enquanto nós vivíamos como miseráveis. Não me importa se o futuro presidente vai morar aqui, desde que ele cuide das pessoas. Que não nos humilhe”, lamenta Mudar Ghanem, 26 anos, libertado depois de passar 36 dias detido em Damasco pela acusação de “terrorismo”.
A província de Latakia é o berço do clã Assad, que permaneceu mais de meio século no poder. Bashar al-Assad foi deposto por uma ofensiva relâmpago de uma coalisão rebelde.
A mansão, que está sendo vigiada por alguns combatentes rebeldes, é uma das três residências de Assad na região. Os moradores de Latakia demonstram choque e raiva diante de tamanho luxo.