‘Mataria de novo’, diz Maníaco do Parque em livro que trata de sua soltura daqui a quatro anos

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Lançada na última semana pelo jornalista Ullisses Campbell, a biografia Francisco de Assis – O Maníaco do Parque (R$ 85; 352 págs.; Matrix) já está entre os livros mais vendidos da categoria de não ficção.

Trata-se da vida do Maníaco do Parque, o motoboy que confessou ter matado 11 mulheres e atacado 23, em sequência de crimes que chocou o país em 1990 — todos executados no Parque do Estado, zona sul paulistana.

Autor da trilogia Mulheres Assassinas, que inclui obras sobre Suzane Richthofen, Elize Matsunaga e Flordelis, Campbell investigou a vida do criminoso durante dois anos.

Ouviu o relato de mais de 40 sobreviventes, entrevistou familiares, incluindo a mãe, Maria Helena, leu milhares de páginas dos processos penais, além de ter tido acesso aos laudos de 12 exames realizados por Francisco de Assis com psicólogos e psiquiatras.

Durante os ataques, ele estuprava, mordia e estrangulava as vítimas. Depois, uma análise de 1998 apontou “uma dissonância entre sua identidade de gênero percebida e a almejada”.

“Sua identificação com as figuras femininas e a expressão de uma intenção de ser como elas revelam um conflito interno significativo, sugerindo uma dissonância de gênero”, aponta o laudo.

Campell fala ainda da infância do Maníaco do Parque, marcada por abusos, das milhares de cartas de admiradoras que ele recebeu na prisão e de sua soltura, daqui a quatro anos. O criminoso foi condenado a 268 anos, dos quais cumprirá 30, período máximo de reclusão no país na época em que foi sentenciado — o Código Penal de 2019 aumentou o prazo para quatro décadas.

Questionado pelo delegado Sérgio Luís da Silva Alves, responsável pelo inquérito, se continuaria matando mulheres caso não tivesse sido preso, Francisco foi taxativo ao afirmar que, se fosse solto, a qualquer momento acabaria matando de novo, “pois sente uma força de fazer o mal que só cresce”.

Segundo o autor da biografia, a família não pretende acolhê-lo quando ele for solto, daqui a quatro anos, e, com o fim dos manicômios judiciários em 2024, ele não tem para onde ir.

 

*R7/Foto: Divulgação 

 

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