A matemática não é um bicho de sete cabeças, apesar de ser considerada um pelos alunos brasileiros. Ela faz parte da rotina das pessoas e é de extrema importância para a vida profissional e pessoal.
Embora tenha sido avaliado positivamente pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), por apresentar estabilidade, o resultado do Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Estudantes) 2022 mostrou que o Brasil não avançou na educação do ensino fundamental e médio. Alunos ao redor do mundo realizaram a prova e testaram seus conhecimentos de matemática, leitura e ciências. Os jovens brasileiros atingiram 319 pontos em matemática, enquanto Cingapura — o país que conquistou o primeiro lugar — obteve 575 pontos.
A gente usa matemática todos os dias?
Imagina planejar uma viagem de carro com a família toda e ter que parar no meio da estrada porque você calculou errado a quantidade de gasolina necessária? A matemática também é utilizada para tarefas diárias, como calcular o troco de uma compra, saber quanto de juros você vai pagar em um empréstimo e até mesmo cozinhar.
“Qualquer pessoa que precisou dividir uma pizza entre amigos entende como pode ser complexo calcular uma fração”, diz Lissandro Falkowiski, gerente de educação no Cebrac (Centro Brasileiro de Cursos).
Impulsionar a carreira
Jefferson Mello, diretor de ensino da Escola Vereda, explica que alunos com os melhores desempenhos em matemática, leitura e ciências são os com mais chances de ter carreira profissional bem-sucedida. Ao dominarem os conhecimentos básicos, os estudantes conseguem se aprofundar em estudos que demandam mais. O especialista destaca o relatório da OCDE sobre o Pisa 2022, que revelou que sete em cada dez brasileiros de 15 anos não sabem solucionar contas básicas de matemática.
Contas em dia
É preciso utilizar matemática nas tarefas do cotidiano da vida adulta, não importando se pequenas ou grandes, ou de maior relevância. O planejamento financeiro é necessário: organizar as contas a pagar, separar o dinheiro, planejar uma viagem, fazer um empréstimo, calcular os descontos na compra de supermercado são procedimentos imprescindíveis para evitar sufocos financeiros.
Quais são os problemas básicos?
O Pisa utilizou dois exemplos de problemas básicos que 70% dos estudantes brasileiros não conseguiram resolver. O primeiro é conversão de moedas, como calcular o valor de R$ 5 em dólares. A conta trata de uma multiplicação: 5 x 4,90 (cotação do dólar). O segundo problema é comparação de duas distâncias, percorridas por caminhos diferentes.
Melhora a agilidade
Resolver problemas regularmente ajuda a desenvolver e aprimorar habilidades de raciocínio lógico, o que facilita a interatividade e a solução de situações frustrantes. “Cabe lembrar que evitar o uso constante da calculadora favorece a construção de estratégias de cálculo mental e desperta a agilidade”, lembra a coordenadora de matemática do Colégio Rio Branco, Kelly Kett Sacardi.
Estímulo cerebral
Com os conhecimentos de matemática, além de facilitar a vida ao descomplicar tarefas que demandam as habilidades de contas, solucionar os problemas estimulam o cérebro e o corpo, ao treinar os neurônios. Claro, cada aluno é único e responde diferente conforme o estímulo, mas, ao resolver contas, o jovem ganha mais confiança e desenvolve métodos de solucionar problemas com uma perspectiva mais preparada.
Preparo para o futuro
A falha na compreensão matemática também afeta a vida adulta, tanto no sentido de uma incapacidade de gestão financeira como na dificuldade de formação de opiniões próprias. “As pessoas que têm maior conhecimento na área terão uma percepção mais analítica e crítica da vida”, diz Falkowiski. Ele explica que a matemática ensina os alunos a analisar as situações e gerar “dados” para si.
*R7/Foto: Pexels/Pixabay
